Hugo Calderano segue absoluto nas Américas. Sem perder um único confronto no continente desde 2015, ele confirmou novamente sua hegemonia nesta segunda-feira (15.11), na Villa Deportiva Nacional, em Lima, no Peru, e faturou o ouro individual no Campeonato Pan-Americano de Tênis de Mesa. Na final, ele derrotou o canadense Eugene Wang por 4 sets a 2 (11/7, 8/11, 11/6, 9/11, 11/3 e 11/8). Foi o segundo título do brasileiro no torneio, que ele conquistou pela primeira vez em 2017.
De quebra, Calderano garantiu 500 pontos no ranking mundial de tênis de mesa, fundamentais para se manter no quinto lugar da lista, posição que passou a ocupar no fim de setembro. Além disso, unifica mais uma vez os principais títulos das Américas, já que é o atual campeão da Copa Pan-Americana e dos Jogos Pan-Americanos nas edições de Toronto (2015) e Lima (2019).
“Acho que o nível do Hugo é bem alto e ele consegue, com a força mental dele, achar as soluções para vencer”
Francisco Arado, o Paco, técnico da seleção masculina
Para chegar à final, Calderano precisou primeiro passar pelo atual vencedor do último Campeonato Pan-Americano, o brasileiro Vitor Ishiy, batido por 4 sets a 0 na semifinal, com parciais de 11/6, 11/7, 12/10 e 11/8.
Na decisão contra Wang, número 280 do mundo, o experiente canadense de 36 anos conseguiu encontrar a fórmula para bloquear algumas das principais jogadas do brasileiro e deu trabalho. Venceu o segundo e o quarto sets e chegou a abrir 8 x 4 na sexta parcial, quando Hugo vencia o jogo por 3 sets a 2. A partir dali, o brasileiro mostrou por que é um dos cinco melhores do mundo. Converteu sete pontos em sequência e fechou a partida.
“Meu nível foi crescendo durante a competição. A final foi bem difícil. O Eugene é muito bom no jogo curto, consegue ler bem o jogo. Então nessa parte de saque e recepção, as primeiras bolas foram importantes, mas acho que consegui achar um bom ritmo e estava forte mentalmente para fechar o jogo no sexto set, com essa virada”, disse Hugo Calderano.
“Acho que o nível do Hugo é bem alto e ele consegue, com a força mental dele, achar as soluções para vencer”, resumiu o técnico da Seleção, Francisco Arado, o Paco.
Prata heróica
Bruna Takahashi teve dois duelos intensos na reta final da disputa individual feminina, e a inédita medalha de ouro individual escapou por pouco. A brasileira, número 46 do mundo, foi superada na decisão pela porto-riquenha Adriana Diaz, por 4 sets a 3 (6/11, 11/8, 4/11, 11/9, 12/10, 8/11 e 7/11).
O jogo da semifinal contra a norte-americana Lily Zhang foi dramático. A adversária começou melhor no primeiro set e abriu vantagem. No segundo set, a brasileira voltou arrasadora, mais agressiva, e venceu por 11 a 5.
No terceiro set, o jogo ficou equilibrado, com Bruna sendo precisa nos momentos finais. Com isso, a ganhou confiança e passou a impor seu jogo, dominando a partida na quarta parcial.
Mesmo com 3 sets a 1, a partida ainda não estava decidida. Lily Zhang abriu vantagem no quinto set e fechou a parcial. A americana foi arrasadora na sexta e venceu por 11 x 2. Ficou tudo para o sétimo e decisivo game.
A emoção maior seria exatamente neste momento. Bruna abriu 7 x 0 e depois fez 10 x 1. Teve nove match points a favor. Lily Zhang foi tirando a diferença pouco a pouco e chegou aos 10 x 9, mas cometeu um erro e a brasileira finalmente fechou em 4 a 3 (8/11, 11/5, 11/9, 11/8, 8/11, 2/11 e 11/9).
O desafio seguinte era contra a sua amiga, a porto-riquenha Adriana Diaz, número 17 do mundo. Ela venceu a brasileira Caroline Kumahara na semifinal, por 4 a 0 (8/11, 6/11, 5/11 e 11/13), mostrando o tamanho do obstáculo de Bruna. O jogo foi igual e equilibrado, mas a adversária teve mais forças na sétima parcial.
Ouro nas mistas
Se Bruna lamentou o quase no individual, o dia foi de celebração na dupla mista. Cabeças de chave nº1 ao lado de Vitor Ishiy, a parceria confirmou o favoritismo e saiu com o ouro.
A decisão das parcerias mistas foi entre Brasil e Argentina. Bruna e Ishiy foram à mesa contra os cabeças de chave nº 3 do torneio, Camila Arguelles e Horacio Cifuentes – algozes da parceria Jouti/Caroline Kumahara na semifinal. Na decisão, os brasileiros se deram melhor e venceram o confronto por 3 a 1.
“Foi uma boa vitória, que comprova que é uma dupla que está evoluindo e tem potencial. No jogo, eles conseguiram uma boa qualidade nas primeiras bolas e abriram caminho para dominar os ralis”, avaliou o técnico Francisco Arado, o Paco.
Bronze nas duplas masculinas
O país levou outra medalha nas duplas masculinas, com Eric Jouti e Vitor Ishiy. Eles caíram na semifinal diante dos chilenos Gustavo Gomez e Juan Lamadrid por 3 sets a 1, com parciais de 7/11, 5/11, 11/9 e 11/8. Ishiy, aliás, ainda saiu com o bronze na chave individual masculina.
Fonte: Confederação Brasileira de Tênis de Mesa