A Praça Antônio Carlos teve um movimento diferente nesta quinta-feira, 28, Dia do Servidor Público. Profissionais da Secretaria de Assistência Social (SAS) deixaram suas salas funcionais e foram para rua com suas ferramentas de trabalho para ampliar a inclusão social na cidade. Levar os serviços socioassistenciais para os espaços públicos, onde se encontram o público-alvo do seu atendimento, faz parte da ação da atual gestão municipal, assegurando proteção social e garantindo acesso aos programas e benefícios do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), como Acessuas trabalho, e encaminhamentos para os serviços de saúde e para outras políticas setoriais.
Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora, o Cidadania Praça, uma parceria da SAS com o Demlurb, mobilizou não só os cerca de 80 catadores de material reciclável que participaram do levantamento para o desencadeamento do evento, mas outros cidadãos que aproveitaram a oportunidade para ter acesso a vários benefícios e programas.
Durante às sete horas na Praça, cerca de 450 pessoas foram atendidas em suas demandas atendidas nas várias “barraquinhas” distribuídas pelo espaço público. Lá, além de ter informações, esclarecer possíveis dúvidas, tiveram, também, os encaminhamentos para tirar foto 3×4, atualização do Cadastro Único, Certidão de Nascimento, encaminhamento para RG, equipe do CRAS e Centro POP. Um lanche foi oferecido pela Fundação Maria Mãe com o famoso “pão de canela”, que caiu no gosto do público.
O bom humor e a alegria, também, tiveram sua vez no evento com a presença de um grupo de músicos atendidos pela Casa CEM. Eles deram o ritmo de pagode ao local e aliviaram o clima de quem esperava nas filas para fazer a documentação. Os músicos aproveitaram ainda para fazerem seu cadastro, conforme conta Nathan Augusto Cristovão Ferreira, 25 anos, que fez o CADÚnico e ainda tocou atabaque no local.
Carlos Henrique Souza Felix, 37 anos, parceiro de Cristóvão, aproveitou e fez todos os documentos e se mostrou muito grato à oportunidade. Ele conta que antes de estar na Casa CEM, morava na rua. “A casa me acolheu de uma forma que fez aprimorar minha mente para enxergar outros horizontes. Muitas vezes a gente é cegado morando na rua, a própria sociedade sempre te julga mal. Então, é uma ótima oportunidade, fazer o documento é uma forma de se reintegrar na sociedade”.
Rodrigo Ferreira Bastos, 45 anos, pretende renovar todos os documentos e considera a oportunidade uma ótima ideia, já que nem todos possuem condição de ir em um local pagar pelo serviço. Ele conta que nesta quarta-feira, 27, foi tentar fazer seus documentos, mas o valor era muito alto e, então, deram para ele o panfleto sobre o evento “Cidadania na praça”. “O serviço tem que ser acessível para todo mundo, pois o documento é uma coisa fundamental”, ele diz.
Antônio Marcos da Silva de Oliveira, 52 anos, morador de rua, fez o cadastro único para dormir na Casa de Passagem para Homens, pois estava dormindo na casa de um conhecido, mas não estava se sentindo bem, devido sua orientação sexual. Há cinco anos, ele dorme na rua Mister Moore. “Eu sofri demais, perdi tudo, meus irmãos não quiseram me aceitar dentro de casa.”
Silvana Aparecida Dias da Silva, 31 anos, é de São Joaquim de Bicas – BH e mudou-se para Juiz de Fora após a morte de seus pais pela Covid-19. Foi fazer a atualização do cadastro do Bolsa Família e considera uma ótima oportunidade, ainda mais depois de todos os impactos negativos que a pandemia causou. “Pois, a gente precisa muito. Com essa pandemia as coisas pioraram pra gente, a situação fica mais difícil, mas a gente tem que correr atrás”.
A subsecretaria de Vigilância e Monitoramento de Assistência Social, Meirijane Teodoro, ressalta que o “Cidadania na Praça” foi um sucesso, acrescentando que tudo funcionou muito bem. “Todas as pessoas que chegaram foram atendidas. Nós tivemos um grande número de pessoas que foram atualizar o Cadastro Único, tivemos um número de pessoas que procuraram serviços de identidade, de certidão de nascimento. O evento correu tão bem que no próximo ano nós vamos fazer quatro eventos como este.”
A secretária Malu Salim, também, esteve na Praça Antônio Carlos e considerou essa primeira iniciativa da sua gestão na SAS com resultados além do esperado, reafirmando que continuará a levar a assistência social para todos os lugares, sempre como direito de todos os juiz-foranos e dever do Estado.
É possível, também, fazer ou atualizar o Cadastro Único (CadÚnico) nas unidades do CRAS, das 8h às 17h. No Centro Pop, todos os dias, das 6h30 às 18h30 (Av. Brasil, 265 – Costa Carvalho. Telefone: 3690-7102). Ou, ainda, na sede da SAS (quarto andar), das 8h às 17h por telefone (3690-7361/3690-7486) e, presencialmente, das 8h às 11h e das 13 às 16h, à Rua Halfeld, 450.