Os 253 atletas que compõem a delegação brasileira para os Jogos Paralímpicos de Tóquio foram anunciados em uma cerimônia realizada nesta terça-feira (06.07) pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em São Paulo (SP), e transmitida pelas redes sociais. Segundo o Comitê, esta é a maior delegação convocada para uma Paralimpíada realizada fora do Brasil.
Dentre os 253 convocados, 159 são homens e 94, mulheres. As maiores delegações são a de Atletismo, com 64 atletas e 18 atletas-guia e, em seguida, a Natação, que leva 35 nadadores brasileiros ao Japão. O Brasil estará representado em 20 das 22 modalidades disputadas. As exceções são o basquete em cadeira de rodas e o rúgbi em cadeira de rodas.
Na última edição fora do Brasil, em Londres 2012, o Brasil teve 178 atletas, até então a maior já registrada. O número para a capital japonesa só é superado pela participação nos Jogos Rio 2016, já que o Brasil garantiu vagas em todas as modalidades por ser país-sede e contou 286 atletas no total.
O presidente do CPB, Mizael Conrado, destacou que a equipe tem como marca a renovação: do total de convocados, 86 participam dos jogos pela primeira vez. A presença feminina também foi ampliada e, nesta edição, corresponderá a 40% do total de atletas. Vinte e três das 27 unidades federativas estão representadas.
Durante o evento, Mizael destacou o esforço para manter o rendimento dos atletas após o anúncio do adiamento dos jogos. “A pandemia ainda continua, porém, esperamos que esteja rumando para o seu final e que os Jogos Paralímpicos sejam uma grande alavanca e representem uma recuperação dos nossos povos, já que o esporte significa resiliência e autoestima”, afirmou.
Segundo o diretor técnico do CPB, Alberto Martins, os atletas estão conseguindo superar todos os obstáculos impostos pela crise sanitária. “Estes jogos ocorrem em um momento histórico, em que precisamos driblar esse vírus mortal. Estamos conscientes de que fizemos o melhor trabalho dentro das nossas possibilidades”, reforçou.
Mãe e filha
Diversos atletas que enfrentaram dificuldades gravaram depoimentos para celebrar a convocação. Depois de uma bem-sucedida trajetória no tênis de mesa, a atleta Jane Karla migrou para o tiro com arco, e novamente se consagrou. Em sua quinta participação, ela viverá um momento especial em Tóquio: dividirá a rotina na vila olímpica com a filha Lethicia Rodrigues, que se classificou para disputar os jogos na modalidade tênis de mesa. “Foi difícil me adaptar aos treinos durante o isolamento. Cheguei a praticar no apartamento, em uma distância de 5 metros, mas agora tenho um terreno em Portugal, onde moro, e agora pratico em 50 metros de distância”, comemorou.
Outro momento de emoção foi a homenagem que Mizael Rocha prestou ao atleta Dirceu Pinto, tetracampeão paralímpico de Bocha, que faleceu em decorrência de problemas cardíacos. “Dirceu estará conosco na delegação. Gostaria de levar conforto à família e dizer que o legado dele será lembrado e justificado pelo nosso time”, declarou.
No início de agosto, a missão embarcará para o Japão e fará a primeira parada em Hamamatsu, cidade com a maior população de brasileiros no país. “O período de aclimatação é muito importante: fisiologicamente, o atleta precisa de um dia inteiro para cada hora alterada pelo fuso horário. Ele já vai se ambientando ao clima, aos horários e à magnitude da competição”, explicou o vice-presidente da entidade, Yohansson Nascimento.
Depois da fase de adaptação, a delegação entrará em ação para assegurar uma vaga entre os dez primeiros colocados no pódio e também para colocar no peito a centésima medalha de ouro – faltam apenas 13.
Fonte: Rededoesporte