Maria Portela fica em sétimo e vê evolução emocional para Tóquio

Um Campeonato Mundial a apenas um mês dos Jogos Olímpicos é um fato inédito na vida dos atletas, até mesmo dos mais experientes, como a peso médio Maria Portela, que lutou nesta quinta-feira, 10.06, em Budapeste, e terminou a disputa em sétimo lugar. Além da proximidade com o evento mais importante do ciclo, a competição define a classificação olímpica ou não de muitos judocas, o que traz uma carga emocional para os combates na Laszlo Papp Arena.

Em sua primeira luta na competição, Portela sentiu uma espécie de termômetro, o que está por vir em Tóquio. Atual número 9 do mundo no peso médio feminino, a brasileira chegou como cabeça de chave e estreou na segunda rodada, contra a italiana Alice Bellandi, que ainda precisava de pontos para se garantir nos Jogos. E Portela buscando sua primeira medalha em Mundial. Resultado: quatro minutos de tensão a cada hajime. Uma derrota poderia significar o fim do sonho olímpico de um lado, e de um sonho no mundial do outro.

Os quase dez anos a mais de experiência pesaram a favor de Portela, que conseguiu controlar os nervos e projetou a italiana por waza-ari nos primeiros segundos do Golden score. “A competição toda me traz aprendizados. Mas, com certeza, essa primeira luta muito mais. A gente sabe que nos Jogos Olímpicos vai um grupo pequeno e que todo mundo ali é capaz de te vencer. É uma competição emocional. Eu aprendi muito hoje nessa luta com a italiana, porque respeito muito ela como adversária, ela é uma atleta forte, a gente já fez lutas bem disputadas e chegou um determinado ponto da luta que eu pensei `sou eu, eu que vou te vencer, eu vou te jogar`, ficava repetindo isso o tempo e, consegui”, afirmou.

A felicidade não foi completa porque o tão esperado pódio não veio. Depois de vencer Bellandi, Portela superou Nihel Lindolsi, da Tunísia, por ippon, mas parou em Yoko Ono, do Japão, nas quartas, e não conseguiu se recuperar na repescagem pelo bronze diante da irlandesa Megan Fletcher.

Com o sétimo lugar, ela repete seu melhor desempenho em Mundiais, o segundo melhor do Brasil nesta edição, e deve garantir-se como uma das cabeças-de-chave para Tóquio. “Jogos Olímpicos é totalmente diferente. Tenho que lutar com todo meu coração, minha entrega. Acredito muito na vitória. Muito mesmo, de verdade. Hoje, tive certeza de que sou capaz de chegar, de estar naquele pódio. Foram detalhes, mas a medalha olímpica, nesses Jogos, ninguém vai me tirar”, projetou.

Nas chaves masculinas, Rafael Macedo também venceu duas lutas duras nas preliminares, mas não conseguiu ir além das oitavas-de-final. Na estreia, ele superou o sul-coreano Kyujoon Mun por waza-ari. Em seguida, pegou o alemão Eduard Trippel, abriu um waza-ari de vantagem e viu o adversário ser desclassificado da luta por executar uma técnica irregular que colocou em riso a integridade física de Macedo, forçando seu cotovelo.

Para chegar às quartas, ele teria que passar pelo mongol Altanbagana Gantulga, que venceu na estratégia forçando três punições ao brasileiro. Número 18 do mundo, Macedo deve ganhar pontos com as duas vitórias no Mundial e confirmar sua classificação para a primeira participação olímpica.

Retorno de Mayra

O sexto dia de Mundial será de expectativa para os brasileiros, tanto na chave masculina quanto na chave feminina. Bicampeã mundial em Budapeste, em 2017, Mayra Aguiar lutará nesta sexta-feira, 11.06, retornando aos tatames depois de um longo período afastada recuperando-se de cirurgia no joelho. Ela estreia contra a belga Sophie Berger.

Entre os homens, Rafael Buzacarini e Leonardo Gonçalves protagonizarão a primeira disputa interna do Brasil pela vaga olímpica dos 100kg. Buzacarini estreia na 2ª rodada contra Grigori Minaskin, da Estônia, já que seu primeiro adversário, Hussain Shah Shah, falhou na pesagem na véspera da luta. Gonçalves também terá um adversário da Estônia, Otto Imala, na 1ª rodada.

Fonte: Confederação Brasileira de Judô




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