As seleções masculina e feminina de futebol olímpico brasileiro conheceram os adversários da primeira fase do torneio dos Jogos de Tóquio. A equipe masculina, que defende o título conquistado no Rio, em 2016, terá pela frente Alemanha (adversária da final na capital fluminense), Costa do Marfim e Arábia Saudita. No feminino, as rivais serão Holanda (vice-campeã da última Copa do Mundo), China e Zâmbia.
A chave masculina reúne 16 equipes divididas em quatro grupos de quatro equipes. No Grupo D, a Seleção Brasileira iniciará a trajetória na cidade de Yokohama, contra a Alemanha, em 22 de julho. A segunda rodada será no mesmo estádio, contra a Costa do Marfim, no dia 25. O fim da fase de grupos será no dia 28 de julho, contra a Arábia Saudita, em Saitama.
Pelo formato de disputa, os dois melhores de cada chave seguem adiante para as quartas de final. Japão, África do Sul, México e França estão no Grupo A. Nova Zelândia, Coreia do Sul, Honduras e Romênia compõem o B. Já o Grupo C reúne Egito, Espanha, Argentina e Austrália.
Durante o período de preparação, a Seleção Olímpica já fez 20 partidas, com 14 vitórias, três empates e três derrotas. Foram 48 gols marcados e 17 sofridos. O artilheiro da Seleção Olímpica é o atacante Matheus Cunha, que já marcou 16 gols (33% do total). Atrás dele estão Anthony e Paulinho, com seis gols cada.
Durante essas partidas, o técnico André Jardine observou 68 atletas diferentes e conquistou o Torneio Maurice Rivello (antigo Torneio de Toulon), além de assegurar a vaga em Tóquio no Pré-Olímpico da Colômbia, no início de 2020.
“É uma competição difícil, com caráter de Copa do Mundo. Requer um respeito grande de cada adversário. O exemplo das últimas Olimpíadas é importante. O Brasil foi campeão, mas na primeira fase teve dificuldades e nem sempre contra camisas consideradas pesadas. É uma chave difícil, como as outras também são. É difícil conjecturar qual Seleção é mais forte, a competição é que dizer”, afirmou o treinador, em entrevista coletiva após o sorteio.
Até a convocação da lista final, André Jardine ainda terá mais uma Data FIFA para observar atletas. A relação para as Olimpíadas deve ter 18 jogadores, com apenas três deles nascidos antes de 1997. “É um quebra-cabeça que a gente há bastante tempo vem tentando montar. Com certeza, até o último dia estaremos exercitando raciocínios, montando de uma maneira ou de outra, até encontrar um elenco de 18, imaginando muitos cenários durante a competição. Não pode faltar jogador para nenhuma posição”, disse.
Seis vezes no pódio
A história olímpica brasileira tem início em 1952, nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, quando a equipe chegou às quartas de final. De lá para cá, foram 13 participações. Desde 1960, a Seleção só não disputou os torneios olímpicos de futebol masculino em 1980, 1992 e 2004.
São, ao todo, seis medalhas conquistadas: além do ouro inédito conquistado em 2016, foram dois bronzes e três pratas. Com o título olímpico, a Seleção Brasileira se juntou a Inglaterra (1908), Bélgica (1920) e Espanha (1992) como um dos únicos times a conquistar a medalha de ouro em casa. Em todos os tempos, o Brasil é a equipe com mais vitórias na história da competição: 34.
Em busca do ouro inédito
Na chave feminina, são 12 seleções, com três chaves de quatro times. Diferentemente do masculino, disputado principalmente por atletas Sub-23, a disputa feminina não tem restrição de idade, o que dá ao torneio o peso de uma Copa do Mundo. Pelo formato de disputa, as duas primeiras colocadas de cada chave seguem adiante para as oitavas, assim como as duas melhores terceiras colocadas.
Japão, Canadá, Grã-Bretanha e Chile medem forças no Grupo E, enquanto o Grupo G reúne Suécia, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. A caminhada da Seleção Brasileira terá início contra a China, no dia 21 de julho, em Miyagi. A campanha segue no dia 24 de julho, diante da Holanda, novamente em Miyagi. A Seleção Feminina fecha a fase de grupos contra a Zâmbia, em Saitama, no dia 27 de julho. As finais, tanto do masculino quanto do feminino, serão no Estádio Olímpico de Tóquio.
Em busca de um ouro inédito, o Brasil chega a Tóquio como uma das seleções mais tradicionais do torneio olímpico. No Japão, o Brasil fará a sétima participação na competição, o que faz do país um dos três únicos a disputar todas as edições do torneio, ao lado de Estados Unidos e Suécia.
Duas vezes na trave
Nas últimas seis edições, a Seleção acumulou 32 jogos, com 15 vitórias, seis empates e 11 derrotas. O melhor resultado foi a medalha de prata, que a Seleção conquistou duas vezes: em Atenas (2004) e em Pequim (2008).
Outra prova da tradição brasileira são as marcas ostentadas por Cristiane e Formiga. Com 14 gols, a atacante é a maior artilheira entre homens e mulheres do futebol nos Jogos Olímpicos. Já Formiga, que esteve em todas as competições olímpicas até aqui, pode chegar à sétima participação em Olimpíadas caso seja convocada pela técnica Pia Sundhage.
A treinadora, por sinal, tem um capítulo a parte na história dos Jogos Olímpicos. Ela esteve em todas as seis edições dos Jogos Olímpicos, como jogadora, técnica ou parte da comissão técnica. Em Atlanta 96, fez a estreia como jogadora defendendo a Suécia. Em 2000 e 2004, integrou as comissões técnicas de Suécia e Estados Unidos como observadora técnica. Nas últimas três edições, levou o time à decisão. Em 2008 e 2012, foi bicampeã olímpica com os Estados Unidos. Em 2016, no Rio de Janeiro, levou a Suécia à medalha de prata – com direito a eliminação do Brasil no Maracanã, na semifinal. O ouro no Rio ficou com a Alemanha, que não conseguiu a classificação para os Jogos de Tóquio.
Fonte: rededoesporte.gov.br, com informações da CBF e de Tokyo 2020