O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado hoje (9) pelo IBGE, subiu 1,45% em março e ficou 0,12 ponto percentual acima da taxa de fevereiro (1,33%). No primeiro trimestre do ano, o índice acumula aumento de 4,84% e, nos últimos 12 meses, a alta chega a 14,46%. Destaca-se o acumulado das parcelas dos materiais, que em 12 meses atingiu 24,61%.
A principal influência no resultado do mês foi a alta no custo dos materiais (2,2%), com ligeira queda em relação a fevereiro (2,35%). “A parcela dos materiais fecha o primeiro trimestre do ano com uma série de três meses em desaceleração”, explica o gerente da pesquisa, Augusto Oliveira. “Mesmo com essa desaceleração, esta variação está entre as sete maiores registradas desde 2013, com o início da desoneração da folha de pagamento.”
Entre os materiais com as altas mais significativas, o destaque fica com o aço, que reúne insumos como vergalhão, tubo de condução, arames e vigas, entre outros, e impactou uma média de 20 estados brasileiros. Insumos como lajes, que necessitam de aço em sua produção, também apresentaram variações em diversos estados.
A parcela da mão de obra, com alta de 0,47%, se deve a acordos coletivos em Mato Grosso, Bahia e Amapá. “Mesmo em poucos estados, os dissídios têm um peso significativo. A Bahia, por exemplo, é um dos principais estados, em termos de peso de mão de obra”, informou Augusto.
“Estamos vivendo um período atípico, desde maio do ano passado. Observando a série histórica, há uma sequência de altas desde agosto de 2020, no índice geral”, comenta
O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em fevereiro havia fechado em R$ 1.319,18, passou para R$ 1.338,35 em março, sendo R$ 765,07 relativos aos materiais e R$ 573,28, à mão de obra.
Maior alta foi no Centro-Oeste, puxada por Mato Grosso
A região Centro-Oeste, com alta significativa na parcela dos materiais em todos os estados e acordo coletivo em Mato Grosso, ficou com a maior variação regional em março, 1,93%. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,06% (Norte), 1,53% (Nordeste), 1,54% (Sudeste) e 0,96 (Sul).
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.331,86 (Norte); R$ 1.265,29 (Nordeste); R$ 1.385,56 (Sudeste); R$ 1.394,91 (Sul) e R$ 1.322,36 (Centro-Oeste).
O Mato Grosso teve a maior variação mensal entre os estados, 3,56%, resultado de uma alta substancial na parcela dos materiais e incorporação da alta das categorias profissionais.
Sobre a pesquisa
O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – Sinapi, uma produção conjunta do IBGE e da Caixa Econômica Federal – Caixa, tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e índices para o setor habitacional, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.
As estatísticas do Sinapi são fundamentais na programação de investimentos, sobretudo para o setor público. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos.