O secretário de Desenvolvimento Sustentável, Inclusivo, da Inovação e da Competitividade (Sedic), Ignácio Delgado, se reuniu, na última sexta-feira, 19, por meio virtual, com o Fórum Municipal de Economia Popular Solidária de Juiz de Fora (Fomeps/JF). O encontro teve como objetivo a apresentação de minuta de projeto de lei para a criação de uma Política Municipal de Fomento à Economia Popular Solidária em Juiz de Fora.
No encontro, a economia solidária foi apresentada como uma nova estratégia de desenvolvimento, centrada na integralidade do ser humano como sujeito e finalidade da atividade econômica, orientando-se sob princípios como gestão democrática, distribuição justa dos resultados, participação junto à comunidade local em processos de desenvolvimento sustentável; preocupação com o bem-estar dos trabalhadores e com a preservação do meio ambiente; e relações com outros movimentos sociais e populares de caráter emancipatório.
As demandas da economia popular solidária foram incorporadas ao plano de Governo da prefeita Margarida Salomão ainda em 2020, quando candidata. A retomada do projeto de lei vem em um momento em que a pandemia, somada à crise econômica, provoca alto índice de desemprego na cidade, atingindo, principalmente, a população mais vulnerável. “Ter a economia solidária como proposta de desenvolvimento é somar esforços para a inclusão de parcela da sociedade que não encontra no mercado formal ou mesmo na informalidade, uma garantia de renda pela via do trabalho que respeite sua subjetividade, necessidades e demandas com ações que pensem no território como espaço produtor de possibilidades, de cultura e de identidade”, destaca o secretário.
Sobre o movimento da Economia Solidária
O movimento de economia solidária está organizado em Juiz de Fora desde os anos 2000, envolvendo associações, cooperativas, clubes de troca, empresas recuperadas, redes de cooperação e grupos informais de trabalhadores que se organizam para produzir, prestar serviços, comercializar, poupar, estruturar o consumo ético e solidário, as finanças e o crédito. Se somam a eles entidades de apoio como organizações não governamentais, universidades e gestores públicos interessados em fortalecer as iniciativas de economia solidária no município.
Durante a reunião, o Fomeps/JF relatou sua trajetória na articulação e organização de ações de apoio aos grupos de trabalhadores, como feiras, seminários, conferências e plenárias, bem como na proposição de ações públicas para atendimento às demandas da economia solidária. “O movimento participou da elaboração da Lei Estadual de Economia Popular Solidária (15.028/2004), e, desde 2014, vinha tentando emplacar a lei em Juiz de Fora, porém, sem contar com empenho das gestões passadas”, explica a assessora da Sedic, Juliana Macário de Oliveira.
Em 2020, o Fórum teve que se adaptar aos meios digitais para continuar suas atividades. “Até então, a presença física sempre foi fundamental para seu desenvolvimento, uma vez que a troca, a interação, o convívio e o fortalecimento dos laços sociais e afetivos são a sua base estrutural. Entretanto, as medidas de isolamento social para enfrentamento à disseminação da Covid-19 atingiu muitas famílias, que tiveram sua fonte de renda comprometida. O Fórum conseguiu superar a dificuldade de acesso à internet e a falta de habilidade no uso de aplicativos de reuniões e encontros virtuais para organizar ações e dar continuidade aos trabalhos”, completa.
Fonte: Assessoria