Enchentes e alagamentos são um problema recorrente nas cidades brasileiras. Na manhã de quarta-feira (10), a Câmara recebeu dois especialistas da engenharia e da sustentabilidade ambiental, que apresentaram soluções verdes que podem mitigar os danos provocados pelas chuvas na cidade de Juiz de Fora. Organizada pela Comissão de Urbanismo, Transporte, Meio Ambiente e Acessibilidade, a palestra contou com a presença de 10 vereadores e vereadoras da casa: André Luiz (REPUBLICANOS), Cida Oliveira (PT), Bejani Júnior (PODE), Juraci Scheffer (PT), Kátia Franco Protetora (PSC), Laiz Perrut (PT), Zé Márcio Garotinho (PV), Sargento Mello Casal (PTB), Tiago Bonecão (CIDADANIA) e Vagner de Oliveira (PSB).
Para pensar em projetos sustentáveis para Juiz de Fora e a custo baixo, os especialistas de São Paulo, a engenheira Beatriz Coda e o paisagista Nik Sabey apresentaram novas propostas de paisagismo funcional com estruturas sustentáveis, utilizados em projetos desenvolvidos no Brasil e nos Estados Unidos. A ideia é que possam trazer essas inovações para Juiz de Fora, em parceria com o poder público, assim como foi implementado em outros municípios como Belo Horizonte, São Paulo, Londrina e Niterói.
Diante das inundações provocada pelo crescimento desordenado da cidade, o diretor-presidente da Cesama, Júlio César Teixeira, abordou em sua fala os desafios enfrentados pela água e esgoto, e consequentemente da drenagem urbana em Juiz de Fora, como a falta de um órgão gestor em águas pluviais e de investimentos perenes ao longo dos anos. “Sabemos que não adianta apenas canalizar as barragens que o problema vai piorar mais adiante. Por isso, projetos interessantes como os apresentados aqui hoje promovem a recuperação da cidade como um todo. As novas iniciativas podem ser os primeiros passos a fim de contribuir com o poder público em diminuir problemas históricos que temos, em áreas como citei, nos córregos que cortam a cidade, como Milho Branco, Ipiranga e São Pedro”, disse.
De acordo com Júlio César, a Cesama é responsável pela água e esgoto, mas por solicitação da prefeita, será desenvolvida uma série de projetos de drenagem urbana e sustentabilidade para serem enviados para o Executivo realizar as obras. “O piloto que fizemos foi a parte de Democrata, São Pedro e Mariano Procópio, acho que o poder público só tem a ganhar com as ideias apresentadas nessa reunião pela Beatriz e o Nik”, concluiu.
Legislativo propõe discussões sobre o problema das enchentes
O presidente da comissão Zé Márcio Garotinho conduziu os trabalhos e lembrou que a Comissão não vai deixar que a discussão dos impactos causados pela chuva em Juiz de Fora se encerre aqui. “Começamos o dia na Câmara pensando possíveis caminhos sustentáveis, para que bairros como São Pedro, Santa Luzia, Monte Castelo, Linhares e tantos outros, não sofram a cada ano com as chuvas do início do ano”, disse durante o debate o presidente da comissão.
A palestra dessa manhã abriu os trabalhos na Câmara Municipal apresentando novas possibilidades para minimizar os impactos causados pelas chuvas. Na parte da tarde, a Casa sediou um debate sobre a situação das enchentes em Juiz de Fora por solicitação do vereador Bejani Júnior (PODE). Foram convocados os secretários de Governo (Cidinha Louzada) e de Obras (José Walter de Andrade); o subsecretário de Defesa Civil, a diretora-presidente da Empav e a diretora geral do Demlurb.
Palestrantes apresentam soluções verdes para drenagem urbana
Beatriz Coda, mestre em Hidráulica e Saneamento, falou na palestra de soluções amplas e sistêmicas que a engenharia não pode fazer sozinha, mas com política pública associada ao engajamento da população. “Precisamos gerar mudanças significativas e acreditamos que Juiz de Fora tem potencial para adotar essas estratégias a curto prazo. Para isso é preciso atuar na causa do problema e mostrar às pessoas que um jardim de chuva, por exemplo, pode ser uma forma de tornar uma área mais permeável, próxima a cada casa ou prédio nos bairros”, resumiu.
O paisagista e ambientalista Nik Sabey concluiu que é preciso que o vício de asfalto, impermeabilização e canalização seja substituído por propostas sustentáveis que aproveitem as águas das chuvas, e não apenas as expulsem para os esgotos nas ruas. “A preservação e valorização da paisagem local pode ser usada a nosso favor, com uma proposta de estruturas verdes aliadas ao paisagismo funcional, permitindo uma permeabilização do solo e menos águas sendo levadas para as ruas e a rede de esgoto”, disse.
Fonte: Assessoria