O Projeto de Lei (PL) com autoria do vereador Dr. Antônio Aguiar (DEM), visa integrar pessoas com Síndrome de Down, Autismo e Deficiência Intelectual, no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19. O documento diz que as “alterações imunológicas decorrentes, principalmente, das dificuldades alimentares e de funções de estruturas orgânicas como o trato respiratório e sistema imunológico”, que ocorrem com essa parcela da população, são relevantes e requerem a proteção garantida com a prioridade de imunização.
Segundo o vereador, tais pessoas do grupo citado, “apresentam um estresse oxidativo que é maior, de seis a oito vezes, do que a população fora desse grupo”. Ao Diário Regional, Antônio Aguiar explica que dentre os indivíduos que têm Síndrome de Down, Autismo e Deficiência Intelectual, só receberão as vacinas quem estiver acima dos 18 anos de idade:
“Esses imunizantes, não foram testados em pessoas abaixo dessa idade. Então tem que ficar muito claro que os indivíduos neste momento serão aqueles acima de 18 anos. Posteriormente quando os estudos derem segurança e garantia de eficácia da vacina, esse grupo vai entrar para receber o imunizante”.
O vereador explica que essas pessoas fazem parte do grupo de risco, mais pelas características sociais: “A ONU em 2013 criou uma plataforma para o ano de 2030 que é ‘Ninguém Fica Para Atrás’, que é um movimento de inclusão dos autistas, colocando eles com todos os direitos ao usufruir dentro da sociedade e tendo prioridade porque são pessoas que já vivem com uma certa desvantagem social” explica. “Eles têm também problemas nutricionais que acabam interferindo nessa questão imunitária, por conta da parte sensorial gustativa que é um pouco diferente das outras pessoas, o que faz com que eles tenham seletividades alimentares. Já as pessoas com Síndrome de Down é muito grande a questão de comorbidades, principalmente por problemas ligados ao coração, a tireóide e à imunidade deles, por terem nível de comprometimento maior por uma possível desregulação do sistema imunológico”.
Como citado no documento, essas pessoas apresentam estresse oxidativo maior em relação à população em geral. Diante a essa questão, Antônio Aguiar frisa que não interfere na aplicação das doses da vacina do que o habitual:
“O estresse oxidativo é uma condição inerente à vida, à respiração e à função celular. Todas as células têm esse mecanismo de produzir um tipo de lixo biológico. Na Síndrome de Down e no Autismo, essa função de manter as condições ativas e ela é mais intensa, ou seja, produz um desgaste maior dessas funções. Obviamente isso vai consumir mais micronutrientes, vai produzir uma condição às vezes funcional de tecidos de alguns órgãos um pouco abaixo do ideal. Mas isso é uma outra condição que pode predispor a adoecer mais, porém é tratada e conduzida de outro jeito mas não criará uma condição de ter necessidade de aumentar a dose de vacina”.
O vereador reforça que os cuidados com essas pessoas no momento da imunização são os mesmos no dia a dia: uso de máscaras de proteção, álcool em gel e distanciamento.