Restando menos de seis meses para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o presidente do Comitê organizador, Yoshiro Mori, volta a reforçar que os eventos irão acontecer e nega qualquer possibilidade de cancelamento ou adiamento. Nesta quinta-feira (28), ele participou de uma reunião junto ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) Thomas Bach.
Mori detalha que será passado ao COI, o andamento da vacinação contra a Covid-19 no Japão. Ele conta também que ainda há dúvidas sobre a realização dos jogos, com a presença do público. Além disso, ele revela que Thomas Bach deu garantias sobre os Jogos e que tem apoio de todos os participantes olímpicos:
“Ninguém de lugar nenhum mencionou dúvidas ou objeções [a respeito da Olimpíada], e todos querem tornar os Jogos bem-sucedidos rapidamente”, disse Mori.
Já o presidente-executivo do Tóquio 2020, Toshiro Muto, também teve conversas com Thomas Bach e que ele “Expressou a esperança de que haverá progresso com as vacinações no Japão e que tantos quanto possível, e o mais rápido possível, conseguirão receber a vacina”.
Vale ressaltar que na quarta-feira (27), haveria o primeiro evento-teste visando a preparação para os Jogos. Na referida data, seria realizado o Campeonato Pré-Olímpico de Nado Artístico, mas foi adiado pela Federação Internacional de Natação (Fina). Este estava marcado para o ano passado, mas foi adiado para março deste ano, por conta da pandemia do novo Coronavírus.
O Pré-Olímpico será disputado entre os dias 1 e 4 de maio, em Tóquio. O Brasil participará com o dueto formado por Laura Miccuci e Luisa Borges, com Maria Bruno como reserva. As atletas seguem em treinamento no Rio de Janeiro, sob comando da técnica Twila Cremona.
Rumores sobre cancelamento
Nas últimas semanas, houve constante divulgação de rumores sobre o possível cancelamento das Olimpíadas de Tóquio. Mesmo diante do cenário da Covid-19, os organizadores e autoridades japoneses garantem o início da realização dos jogos, marcado para o dia 23 de julho e as Paralimpíadas para o dia 24 de agosto.
Na última semana, o jornal inglês The Times, havia publicado uma reportagem que informava sobre planos do governo de sediar os jogos na próxima janela aberta, que seria 2032. Naquela ocasião, os boatos geraram revoltas no Governo do Japão.
Inclusive, o vice-secretário-chefe de gabinete, Manabu Sakai, negou qualquer informação divulgada. O mesmo foi feito pelo chefe do Comitê Olímpico do Japão, Yasuhiro Yamashita, durante uma entrevista à Reuters. Além disso, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, negou o cancelamento ou adiamento dos jogos e falou em processar o jornal inglês.
Opinião do público
Tem sido feito também pesquisas com a população japonesa, se a mesma aprova ou não a realização dos Jogos Olímpicos. Os dados atualizados indicam que 80% dos japoneses defendem o cancelamento ou adiamento dos eventos. Mesmo diante de tal pressão por parte da população, na coletiva de ontem (27), Thomas Bach novamente dá garantias de realização dos jogos:
“Nossa tarefa é organizar os Jogos, não cancelar. Nossa tarefa é fazer com que os sonhos dos atletas se tornem reais. Por isso estamos trabalhando dia e noite. E por isso não estamos trabalhando com especulações. Nossa responsabilidade é olhar além. Nós temos várias boas razões para não focar se vamos ter as Olimpíadas, mas em como. Nós temos a vacinação, nós temos novos testes rápidos, nós temos as medidas de segurança. É por isso que o governo japonês e o COI, baseado em fatos e experiências, estamos tão comprometidos. Não estamos assim do nada ou apenas na esperança. Temos motivos sólidos”.