Já se encontra na futura sede do Centro Integrado de Ensino, Pesquisa, Extensão, Transferência de Tecnologia e Cultura, da Universidade Federal de Juiz de Fora (CIEPETEC- UFJF Norte), o maquinário para a instalação de uma usina de biodiesel em Juiz de Fora. Este é o primeiro passo para a implantação de uma biorrefinaria piloto para a produção de biodiesel e HVO (óleo vegetal), conforme proposto pela Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata (PBioZM). A unidade, da empresa inglesa Green fuels, adquirida com apoio do “Prosperity Fund”, fundo de cooperação do Governo britânico. A previsão é de que as operações sejam iniciadas no início de fevereiro.
“A iniciativa da PJF e UFJF para pesquisa e validação de biocombustível, produzido com óleo de cozinha usado, sebo de animal e modalidades diversas de biomassa, como, por exemplo, o óleo do fruto da palmeira nativa macaúba, é a primeira etapa no desenvolvimento da Plataforma, instituída em 2018, desdobrando-se em negociações com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Secretaria de Aviação Civil (SAC) do Ministério da Infraestrutura, agências internacionais e empresas nacionais”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária, Ignacio Delgado.
O propósito do projeto é viabilizar, em Juiz de Fora e região, um arranjo capaz de promover, por um lado, a recuperação de áreas degradadas no meio rural, estimulando a agricultura familiar e a produção de alimentos localmente; quanto, por outro, de permitir a afirmação da cidade como polo nacional na área de energias renováveis, incluídos os combustíveis alternativos sem impacto climático”, destaca o secretário.
De acordo com o diretor do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), Fabrício Soares, a estrutura de processamento de biodiesel, denominada Conjunto Fuelmatic GSX 3, cedida pela Green Fuels, tem a capacidade de converter três mil litros de óleo de fritura usado em três mil litros de biodiesel por dia. “Operando em capacidade máxima, e considerando eventuais interrupções na produção para manutenção, a produção pode atingir em torno de um milhão de litros anuais do biocombustível. Sendo assim, o projeto apresenta grande potencial de contribuição para a preservação do meio ambiente”, explica.
O biodiesel produzido será utilizado, em substituição ao diesel fóssil, em veículos, grupos geradores, ou máquinas industriais, contribuindo para uma redução das emissões associadas ao uso de combustíveis derivados do petróleo. “Na primeira etapa, os veículos da UFJF e Empresa Municipal de Pavimentação (EMPAV) serão beneficiados com o combustível, que será também utilizado na máquina de usinagem da EMPAV e em grupos geradores da UFJF. A glicerina, obtida como subproduto do biodiesel, será aproveitada na obtenção de sabões e álcool em gel ou será utilizada como biocombustível para queima.”
A licença ambiental para início das operações já foi concedida. Os próximos passos para o início das operações são a preparação do piso e instalação de estrutura metálica com o telhado, na futura sede do CIEPETEC.
Novas parcerias
O Cônsul Britânico em Belo Horizonte, Lucas Brown, destaca as diversas oportunidades de parcerias entre a região e o Governo Britânico a partir do projeto. “Estamos muito contentes em apoiar esse projeto em Juiz de Fora, uma cidade que tem várias oportunidades de parceria com o governo britânico. Entendemos que o apoio aos sistemas já existentes de coleta de óleo de cozinha usado bem como a construção e a operação da usina para a produção de biodiesel representam investimentos significativos para apoiar o desenvolvimento econômico sustentável na cidade de Juiz de Fora e em toda a região.”
“O governo britânico e o consulado em Belo Horizonte vem desenvolvendo um relacionamento sólido de cooperação com o Governo de Minas Gerais em diversas frentes de trabalho como clima, meio ambiente, transição energética, entre outros. A assinatura do Memorando de Entendimento com o Governador Zema em dezembro 2020 formalizou essa cooperação e o município de Juiz de Fora tem o potencial de ser um destaque nesse trabalho. Estamos muito animados porque este projeto consolida o nosso compromisso com o Estado de Minas Gerais.”
De acordo com Fabrício Soares, como perspectiva futura, o projeto da Plataforma vem avaliando a possível colaboração de três empresas, na intenção de dar mais robustez ao projeto: o Instituto Resoluta, que atua na resolução de problemas de cidades; Recicla Minas, empresa que já realiza coleta de óleo de fritura em Juiz de Fora e que poderá fornecer óleo usado para o abastecimento da planta de produção de biodiesel; e a Empresa Rhizom, que desenvolve sistemas de rastreabilidade e certificação da cadeia através da tecnologia blockchain, permitindo a verificação dos dados e emissão de relatórios para a pesquisa da UFJF e poderá criar uma plataforma digital de incentivos para fomentar a participação da sociedade e estimular boas práticas alinhadas ao desenvolvimento sustentável.
Fonte: Assessoria