Comitê Juiz de Fora Resiliente apresenta na Câmara andamento de trabalho em parceria com a ONU

A JFTV Câmara transmitiu um trabalho que vem sendo elaborado por estudiosos e autoridades municipais em busca de tornar Juiz de Fora uma cidade mais resiliente a desastres naturais, como parte de um processo de urbanização sustentável. O trabalho vem sendo desenvolvido no escopo de uma campanha das Nações Unidas chamada “Construindo Cidades Resilientes”, a qual aborda a melhoria da gestão urbana, incluindo a redução do risco de desastres como deslizamentos, incêndios, inundações, entre outros. De acordo com a ONU, uma cidade resiliente é aquela que “toma medidas de prevenção e preparação a desastres com o objetivo de proteger seus bens – pessoas, residências, mobiliários, herança cultural e capital econômico – e está preparada para minimizar perdas físicas e sociais decorrentes de eventos climáticos extremos”. 

Um decreto municipal criou o “Comitê Juiz de Fora Resiliente”, coordenado pelo subsecretário de Defesa Civil, Jefferson Rodrigues, que reúne professores e alunos da UFJF – inseridos em projetos de extensão -, e membros do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais sediados em Juiz de Fora. Depois de cumpridas todas as etapas do programa da ONU, o resultado do trabalho será encaminhado para a Câmara em forma de projeto de lei a ser debatido pelo Legislativo, com as ações necessárias para tornar Juiz de Fora uma cidade resiliente aos desastres. 

O município foi inscrito na campanha da ONU em 10 de junho de 2020 e, na fase atual, apresenta uma ferramenta de diagnóstico do nível de resiliência da cidade, por meio de um questionário com 47 perguntas que foi respondido por representantes da Prefeitura e outros participantes do workshop que aconteceu nos dias 4, 5 e 6 de novembro. O subsecretário de Defesa Civil, Jefferson Rodrigues, destacou que anteriormente Juiz de Fora fazia parte de um grupo de mais de mil cidades, todas compartilhando os mesmos problemas. “Hoje já avançamos e somos uma das 10 cidades que estão trabalhando para se tornar mais resilientes, isso significa que é um trabalho realmente árduo e exige a participação de todos”, defendeu.

A professora Ana Stephan ressaltou que “é uma forma que tem a Universidade Federal de Juiz de Fora de contribuir para que a cidade possa se preparar para se tornar uma cidade mais resiliente”. Além desse trabalho, a Universidade mantém dois programas de extensão que atendem os cidadãos juizforanos: “Núcleo de Atendimento Social da Faculdade de Engenharia (Nasfe)” e “Aprender para Prevenir: a educação ambiental no contexto das crianças do ensino fundamental”. 

O engenheiro Jordan de Souza explicou que a ferramenta de autoavaliação foi pautada em dez princípios: organizar para a resiliência a desastres; identificar, compreender e usar cenários de riscos atuais e futuros; fortalecer a capacidade financeira para resiliência; buscar projeto e desenvolvimento urbano resiliente; proteger as zonas naturais para melhorar as funções protetoras dos ecossistemas; fortalecer a capacidade institucional para a resiliência; compreender e fortalecer a capacidade social para a resiliência; aumentar a resiliência das infraestruturas; garantir a preparação e a resposta eficaz aos desastres; acelerar a recuperação e reconstruir melhor.

“A gente sabe que a preservação ambiental nos auxilia muito na questão dos desastres. Se eu tenho uma área que tem uma grande concentração de mata ou até mesmo uma vegetação mais densa, ela vai servir para reter essa água e consequentemente assolar menos essas comunidades que estão mais abaixo. Estamos fazendo um estudo de cada bacia hidrográfica aqui em Juiz de Fora e vemos que em quase todo córrego, quando você avalia as áreas de influência (que chamamos de bacia hidrográfica) estão ocupadas, ou seja, bateu a chuva ali, ela não infiltra”, destacou o engenheiro, salientando que o foco é em desenvolvimento e implantação de um plano de resiliência com reavaliação constante. “A gente precisa entender esses riscos, melhorar a avaliação, melhorar as estratégias, aumentar o acesso financeiro, principalmente para comunidades mais vulneráveis”, finalizou.

Fonte: Assessoria




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