A Terra Brasil assinou, na quarta-feira (2), protocolo de intenções de R$ 2,4 bilhões para extração de fosfato, potássio, titânio e terras raras nos municípios de Patos de Minas e Presidente Olegário, no Alto Paranaíba. A operação foi intermediada pelo Governo de Minas, por meio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior (Indi), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).
O projeto, em fase final de análise pelos órgãos reguladores, prevê o início da implantação para janeiro de 2025 e o começo das operações para janeiro de 2027. “É importante acompanhar de perto cada investimento que chega em Minas Gerais. Essa diversificação da economia é fator importantíssimo para alavancar o desenvolvimento, fomentando cada vez mais a geração de emprego e renda”, reforça o governador Romeu Zema.
Inovação
A principal inovação proposta pela Terra Brasil está no desenvolvimento de uma rota de processo de beneficiamento mineral para a produção de fertilizantes específicos para culturas brasileiras. Esta rota terá objetivo de reduzir impactos ambientais, diminuir custos de processamento, aumentar a qualidade dos produtos, mitigar riscos e potencializar a rentabilidade da operação.
A jazida, que possui aproximadamente 1,6 mil hectares de área, é considerada a maior do estado e uma das maiores do país, com volume estimado em 2 bilhões/toneladas de minerais. “O investimento anunciado hoje é de extrema importância, pois atua na exploração de outros tipos de minerais que podem ser usados em diversas cadeias produtivas, como os fertilizantes. Hoje, o Brasil importa o produto. Com a produção em Minas, temos menos custo e mais competitividade”, destaca o secretário-adjunto da Sede, Fernando Passalio.
Além dos municípios envolvidos serem beneficiados com aumento da arrecadação de recursos tributários, a estimativa é de que sejam gerados 250 empregos diretos e 1,3 mil indiretos. O segmento agrícola também terá acesso a insumos e fertilizantes a custos mais competitivos. Atualmente, cerca de 60% do mercado de fertilizantes utilizado no Brasil é importado.
Próximos passos
De acordo com o CEO da Terra Brasil, Eduardo Duarte, a companhia já concluiu diversas etapas estratégicas como a prospecção dos negócios e a avaliação geológica junto aos órgãos reguladores nacionais. Fases que já asseguram a certificação final da jazida.
Agora, a empresa está desenvolvendo as análises tecnológicas dos minerais: “Estamos voltados para a elaboração das rotas de processo visando a separação dos materiais estratégicos e economicamente viáveis. Contamos com laboratório próprio e de parceiros, com envolvimento de pelo menos 29 mestres e doutores no assunto”, afirma.
Como o carro chefe das operações serão os fertilizantes, o CEO também destacou o impacto positivo das atividades para importantes setores da economia brasileira. “Em relação ao agronegócio, estaremos bem posicionados para atender regiões estratégicas do segmento, oferecendo produtos de baixo custo e grande eficácia”, explica.
Apoio
O Indi acompanha e presta suporte ao projeto de expansão das atividades da Terra Brasil. O gerente para o segmento de mineração da agência, Henrique Tavares, ressaltou o caráter sustentável do projeto. Conforme Tavares, ao desenvolver e implantar novas tecnologias, a companhia está aproveitando o que, em outros tempos, seria considerado rejeito mineral. “Esse projeto auxilia, inclusive, na diversificação da pauta econômica do setor de mineração, com uma grande aposta em materiais estratégicos como terras raras e titânio, diminuindo assim a dependência econômica do Estado em relação ao minério de ferro”, observa.
Ainda de acordo com o gerente, o investimento deve fomentar a competitividade da indústria brasileira em outros segmentos, como o setor metalmecânico: “A empresa produzirá insumos essenciais para a inovação científica e pesquisa de novos produtos, com um potencial enorme a ser explorado. São vertentes importantes que se abrem em Minas Gerais”, conclui.
Fonte: Agência Minas