O número de pessoas que fizeram algum teste de diagnóstico da Covid-19 subiu para 25,7 milhões em outubro. Desse total, cerca de 5,7 milhões testaram positivo para doença, o que corresponde a 22,4% das pessoas que fizeram teste e 2,7% da população. Os dados são da PNAD COVID19, divulgada nesta terça-feira (1º) pelo IBGE. Em agosto, quando essas informações começaram a ser disponibilizadas, 17,9 milhões haviam feito algum teste e 3,9 milhões haviam recebido o diagnóstico positivo para o novo coronavírus.
“Frente a setembro mais 3,7 milhões de pessoas fizeram algum teste e 897 mil testaram positivo”, diz a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, detalhando que pessoas entre 30 a 59 anos de idade (16,5%) e 20 a 29 anos (14,2%) fizeram mais testes do que idosos acima dos 60 anos (10,9%). E que o percentual de realização dos testes foi maior no grupo das pessoas que ganhavam mais de quatro salários mínimos (24,6%) e que tinham nível superior completo (25,0%).
Entre as unidades da federação, o Distrito Federal (23,9%) teve o maior percentual de pessoas que realizaram testes em outubro, seguido pelo Piauí (19,1%) e por Goiás (18,9%). Os menores percentuais foram registrados em Pernambuco (7,9%), no Acre (7,9%) e em Minas Gerais (9,3%).
Os exames mais realizados foram o teste rápido com coleta de sangue por um furo no dedo (11,4 milhões) e o SWAB, procedimento em que o material é coletado com cotonete na boca e/ou nariz do paciente (10,7 milhões). Outros 7,4 milhões fizeram o exame com sangue retirado na veia do braço.
A pesquisa também apontou queda no contingente daqueles que relataram ter algum sintoma de síndromes gripais. Em outubro, 7,8 milhões de pessoas afirmavam ter algum dos sintomas abordados pela pesquisa, dentre eles, tosse, febre e dificuldade para respirar. Esse número representa 3,7% da população brasileira. Em maio, quando a pesquisa foi iniciada, 24 milhões, ou 11,4% dos brasileiros, apresentavam algum dos sintomas.
9,7 milhões de pessoas não seguem distanciamento social
Em outubro, a flexibilização das pessoas quanto ao distanciamento social continuou crescendo. O número de pessoas que não tomou nenhuma medida de restrição para evitar o contágio pelo novo coronavírus aumentou 3,3 milhões em um mês, chegando a 9,7 milhões de pessoas, o que equivale a 4,6% dos 211,5 milhões de residentes no país.
Do mesmo modo, o grupo de pessoas que ficou rigorosamente isolado reduziu para 26,3 milhões, menos 8,2 milhões na comparação com setembro.
A maior parte da população (93,8 milhões) afirmou ter reduzido o contato com outras pessoas, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas, 9,7 milhões a mais na comparação com setembro. Já quem ficou em casa e só saiu em caso de necessidade somou 80,7 milhões. Esse número reduziu em 4,6 milhões de um mês para o outro.
Desocupação atinge 13,8 milhões de pessoas
Em outubro, a taxa de desocupação, medida pela PNAD COVID19, chegou a 14,1%, a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em maio. Isso corresponde a 13,8 milhões de pessoas sem trabalho no país, uma variação de 0,1 ponto percentual na comparação com setembro (14,0%).
“Com o retorno das atividades ao redor do país, mais pessoas estão, mês a mês, pressionando o mercado de trabalho em busca de uma ocupação”, afirmou Maria Lúcia.
Em outubro, houve aumento na força de trabalho, totalizando 97,9 milhões de pessoas, decorrente de uma redução da população fora da força (72,7 milhões). Já a população ocupada subiu para 84,1 milhões. Isso pode ser observado no aumento dos empregos com carteira (que totalizaram 35,1 milhões) e também da informalidade, que somou 29,0 milhões de pessoas. A taxa de informalidade avançou para 34,5% em outubro. No mês anterior foi de 34,2%.
“Apesar da redução da população fora da força, ainda há um contingente considerável de pessoas que não procuraram trabalho devido à pandemia ou por falta de vaga na localidade em que vivem (14,5 milhões)”, acrescentou a coordenadora da pesquisa.
Os dados do mercado de trabalho mostram, ainda, que dos 84,1 milhões de pessoas ocupadas, 94,4% não estavam afastados do trabalho que tinham. Destes, 7,6 milhões estavam trabalhando de forma remota, uma redução na comparação com o mês anterior (8,1 milhões).
Em cerca de 29 milhões de domicílios, algum morador recebeu auxílio emergencial
A PNAD COVID19 informa, também, que o percentual de domicílios onde ao menos um morador recebeu algum auxílio para enfrentar a pandemia foi de 42,2%. Em setembro era de 43,6%. Foram atendidos cerca de 29 milhões de domicílios em outubro frente aos 29,9 milhões de setembro. O valor médio do benefício recebido pela população foi de R$ 688 por domicílio.
“O percentual de domicílios onde algum morador recebia auxílio emergencial vem reduzindo há três meses”, diz Maria Lucia, detalhando que as regiões que têm mais domicílios com pessoas recebendo auxílio continuaram sendo Norte (58,4%) e Nordeste (56,9%). “Esse percentual ficou estável em todas as grandes regiões. Entre os estados, o Amapá (68,6%) foi estado com maior proporção, seguido de Maranhão (61,4%) e Pará (62,2%)”, diz a pesquisadora.
Entre os tipos de auxílio abordados pela pesquisa, estão o emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e a complementação do Governo Federal pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
13,2% dos estudantes não tiveram atividades escolares em outubro
A pesquisa também mostra que, em outubro, dos 46,4 milhões de estudantes que estavam matriculados em escolas e universidades, 6,1 milhões (13,2%) não tiveram atividade escolar. Esse número, porém, é menor que o registrado em setembro (6,7 milhões). A maioria, 39,3 milhões (84,7%), teve alguma tarefa escolar. Já o restante estava de férias (2,1%).
Do total de estudantes com atividade escolar, apenas 25,2 milhões (64,2%) tiveram tarefas para realizar durante cinco dias da semana. Outros 892 mil estudantes (2,3%) só tiveram atividades uma vez por semana.
Fonte: Agência IBGE