Trabalhadores e administração da empresa GIL não chegam a acordo em nova reunião

Na noite de terça-feira (10), os funcionários e a administração da empresa Viação Goretti Irmãos Ltda (GIL), se reuniram no Ministério Público do Trabalho (MPT), para resolver a situação da paralisação de atividades pelo município, por conta do não pagamento das parcelas de tíquete-alimentação, bem como na quitação dos salários.

Entretanto, ambas as partes não chegaram a um acordo, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro-JF). Por conta disso, a frota de ônibus segue com 50% de disponibilidade, como determinado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da lei de greve. Além disso, uma nova audiência foi marcada para esta sexta-feira (13).

Diante da situação, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) autorizou às vans escolares de transportarem passageiros, como previsto em Decreto, no mesmo valor da tarifa de ônibus, R$ 3,75. Estes atendem às áreas de circulação da GIL, que são os bairros das Regiões Leste e Sudeste do município.

Reuniões

No último dia 4 deste mês, os representantes das empresas que fazem parte do Transporte Coletivo Urbano (TCU), o Sinttro, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e Astransp, participaram de uma reunião no MPT, para resolver a situação do pagamento do tíquete-alimentação e de outros benefícios. 

Naquela ocasião, a GIL alegou não ter condições de pagar os salários de seus funcionários e não tem previsão para quitar os débitos, referentes ao mês de outubro. Por conta disso, foi marcada outra reunião para essa terça-feira, porém nada foi resolvido.

Como citado anteriormente, foi marcada nova audiência para esta sexta-feira e conforme a Settra, “a reunião está sendo de negociação e apresentação do problema enfrentado pela GIL e que, à princípio, a pasta acompanha a situação de perto”.

Transferência das linhas pertencentes à GIL

Um dos pontos defendidos pelo Sinttro, é a transferência das linhas operadas pela GIL e também de seus funcionários, para as outras empresas que compõem o sistema de transporte coletivo na cidade, como forma de resolução da situação trabalhista dos motoristas e cobradores da empresa.

Além disso, a Settra determinou no mês de outubro, a transferência das linhas da GIL para o Transporte Urbano São Miguel Ltda. (Tusmil), uma vez que as duas empresas pertencem ao Consórcio Manchester.

A determinação tem prazo de 30 dias de duração e vence nesta quarta-feira (11).

Paralisação em agosto

No dia 18 de agosto, motoristas e cobradores de todas as empresas do Transporte Coletivo Urbano (TCU), entraram em greve, após serem recusadas as propostas de redução das cestas básicas e também do corte de 50% dos salários. 

A categoria reivindicou também a manutenção de no mínimo, 70% da jornada de trabalho e dos salários atuais, uma vez que as concessionárias teriam proposto corte de 50% das horas trabalhadas. Diante da situação, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) autorizou às vans escolares de transportarem passageiros, como previsto em Decreto, no mesmo valor da tarifa de ônibus, R$ 3,75. 

A greve foi encerrada no dia 26 do mesmo mês, após ambas as partes chegarem a um acordo e os trabalhadores do transporte coletivo concordaram com: redução do ticket alimentação em 10%, retirada de alguns itens da cesta básica, estes até junho de 2021. Redução da jornada de trabalho para no mínimo 60%, suspensão do abono de férias e gratificação por antiguidade e programação de discussão do índice de reajuste, estes para janeiro de 2021.

Nova greve em setembro

No dia 15 de setembro, os motoristas e cobradores da GIL, paralisaram novamente suas atividades, desta vez por conta da suspensão do pagamento do plano de saúde. Contudo, os veículos voltaram a circular na manhã seguinte.

Funcionários paralisam atividades no final de outubro

No dia 30 do último mês, cerca de 600 trabalhadores da GIL, paralisaram suas atividades pelo município,  por conta do não pagamento de parcelas de tíquete-alimentação e também pelo não pagamento dos salários. 

Foi feita uma proposta de parcelar o tíquete, sendo que a primeira delas havia sido paga durante o mês passado. A outra metade seria quitada até o último dia 25, entretanto, os trabalhadores não aceitaram e manifestaram pelo pagamento integral do restante do tíquete.

Crise nas empresas de ônibus

Por conta da pandemia do novo Coronavírus, as empresas de ônibus do município têm dívidas de R$ 7 milhões desde o mês de março, conforme a Astransp. Segundo informações dos consórcios, desde outubro de 2019, o número de passageiros pagantes ultrapassou a marca de 7 milhões. Já em março e abril deste ano, o número caiu para 4,9 e 2,2 milhões respectivamente.

Diante disso, as empresas alegam que a queda de usuários nos ônibus gerou desequilíbrio financeiro e no contrato de recessão. Além disso, os representantes já se reuniram com a Prefeitura de Juiz de Fora, para negociar reequilíbrio financeiro dos contratos de concessão do transporte.




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.