A situação dos trabalhadores da empresa Viação Goretti Irmãos Ltda (GIL), segue indefinida, mesmo após a categoria se reunir no Ministério Público do Trabalho (MPT) na quarta-feira (4). Ao todo, cerca de 600 funcionários cruzaram os braços na última sexta-feira (30), por conta do não pagamento das parcelas de tíquete-alimentação, bem como na quitação dos salários.
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Juiz de Fora (Sinttro-JF), estiveram presentes no encontro, os representantes das empresas que fazem parte do Transporte Coletivo Urbano (TCU), a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e também os representantes sindicais.
Segundo informações do Sinttro, a GIL relatou que não tem condições de pagar os salários de seus funcionários e não tem previsão para quitar os débitos, referentes ao mês de outubro.
Buscando uma solução para o caso, o sindicato defende a ideia de transferir as linhas operadas pela GIL e também de seus funcionários, para as outras empresas que compõem o sistema de transporte coletivo na cidade. Porém, a assessoria da Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal), nega que existem conversas para tratar do assunto. Já as diretorias da Gil, Viação Tusmil e Viação São Francisco Ltda., ainda não se posicionaram sobre o caso.
Nova reunião
Nesta sexta-feira (6), haverá uma reunião entre o Sinttro e a GIL no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), para discutir sobre a paralisação das atividades por parte dos funcionários. Se não houver avanço nas conversas, o Sinttro indica que o cenário continuará com 50% da frota dos ônibus, que operam nas linhas da GIL.
Além disso, o Sindicato informa que será realizado um novo encontro no MPT, marcado para a próxima quarta-feira (11).
Penhora e bloqueio de bens da GIL
Nessa semana, o juiz Tarcísio Corrêa de Brito, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, assinou um documento no qual determina a penhora e bloqueio de bens da GIL. O objetivo é sanar as dívidas trabalhistas da empresa. Além disso, a decisão judicial é referente ao descumprimento ou atraso dos processos pontuais dos trabalhadores.
O documento emitido pela Justiça no último dia 27 de outubro, determina que todas as certidões referentes à penhora, sejam fornecidas dentro do prazo de 20 dias.
Paralisação em agosto
No dia 18 de agosto, motoristas e cobradores de todas as empresas do Transporte Coletivo Urbano (TCU), entraram em greve, após serem recusadas as propostas de redução das cestas básicas e também do corte de 50% dos salários.
A categoria reivindicou também a manutenção de no mínimo, 70% da jornada de trabalho e dos salários atuais, uma vez que as concessionárias teriam proposto corte de 50% das horas trabalhadas. Diante da situação, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) autorizou às vans escolares de transportarem passageiros, como previsto em Decreto, no mesmo valor da tarifa de ônibus, R$ 3,75. Ao todo, cerca de 260 veículos estiveram em circulação no município.
A greve foi encerrada no dia 26 do mesmo mês, após ambas as partes chegarem a um acordo e os trabalhadores do transporte coletivo concordaram com: redução do ticket alimentação em 10%, retirada de alguns itens da cesta básica, estes até junho de 2021. Redução da jornada de trabalho para no mínimo 60%, suspensão do abono de férias e gratificação por antiguidade e programação de discussão do índice de reajuste, estes para janeiro de 2021.
Nova greve em setembro
No dia 15 de setembro, os motoristas e cobradores da GIL, paralisaram novamente suas atividades, desta vez por conta da suspensão do pagamento do plano de saúde. Contudo, os veículos voltaram a circular na manhã seguinte.
Funcionários paralisam atividades no final de outubro
Na última sexta-feira (30), cerca de 600 trabalhadores da GIL, paralisaram suas atividades pelo município, por conta do não pagamento de parcelas de tíquete-alimentação e também pelo não pagamento dos salários.
Foi feita uma proposta de parcelar o tíquete, sendo que a primeira delas havia sido paga durante o mês passado. A outra metade seria quitada até o último dia 25, entretanto, os trabalhadores não aceitaram e manifestaram pelo pagamento integral do restante do tíquete.
Crise nas empresas de ônibus
Por conta da pandemia do novo Coronavírus, as empresas de ônibus do município têm dívidas de R$ 7 milhões desde o mês de março, conforme a Astransp. Segundo informações dos consórcios, desde outubro de 2019, o número de passageiros pagantes ultrapassou a marca de 7 milhões. Já em março e abril deste ano, o número caiu para 4,9 e 2,2 milhões respectivamente.
Diante disso, as empresas alegam que a queda de usuários nos ônibus gerou desequilíbrio financeiro e no contrato de recessão. Além disso, os representantes já se reuniram com a Prefeitura de Juiz de Fora, para negociar reequilíbrio financeiro dos contratos de concessão do transporte.