Ação conjunta cumpre mandados no Espírito Santo

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) deflagraram, nesta sexta-feira (23/10), uma ação conjunta que resultou no cumprimento de três mandados de prisão preventiva e de sete mandados de busca e apreensão em desfavor de suspeitos que teriam ligação com organizações criminosas que atuam no tráfico de drogas nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. A manobra é uma junção da operação Marcos 4:22, da PCMG, com a operação Vade Mecum, da PCES, após intercâmbio de informações entre as polícias mineira e capixaba. Os alvos das buscas são investigados nas duas ações. Duas pessoas foram presas, entre elas, duas advogadas. Também foi cumprido mandado de prisão em desfavor de um homem – suspeito de integrar o grupo – e que já se encontrava preso no sistema prisional. Dois advogados investigados se encontram foragidos.

O efetivo empenhado na manobra reuniu mais de 30 policiais civis, entre equipes da PCMG, da Denarc Guarapari, da Superintendência de Polícia Regional Metropolitana (SPRM) e da Superintendência de Polícia Especializada (SPE). O cumprimento dos mandados foi acompanhado pela Comissão de Defesa das Prerrogativas, da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo.

Investigações conduzidas pela PCMG, por meio do delegado Rômulo Segantini e equipe, indicaram que os suspeitos, contando com apoio dos advogados investigados, estariam comandando um complexo esquema de tráfico de drogas, abastecendo cidades mineiras, entre elas, Divino e municípios limítrofes. Parte da droga também seria enviada para cidades do Espírito Santo.

Operação Marcos 4:22

Em agosto, a operação Marcos, 4:22 desmantelou a organização criminosa suspeita de atuar na Zona da Mata mineira, com ramificações. Desde o início das investigações, há cerca de dez meses, mais de 30 pessoas foram detidas. Além disso, cerca de 30 veículos e quase R$ 100 mil foram apreendidos, bem como outros materiais de interesse investigativo.

De acordo com o delegado Rômulo de Freitas Segantini, os alvos da operação conjunta, deflagrada nesta sexta, também seriam integrantes do grupo suspeito de atuar na prática de tráfico ilícito de drogas na área de atribuição da 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Muriaé e em cidades limítrofes, com ramificações que ultrapassam as fronteiras do Estado de Minas Gerais. “ Nessa etapa, os alvos foram investigados e um homem suspeito de ser o ‘braço direito’ de outro investigado apontado como líder do PCC no Estado do Espírito Santo. Inclusive, em desfavor desse líder, foi cumprido mandado de prisão preventiva na primeira fase da investigação”, explica.

Conforme apurado, os advogados seriam suspeitos de serem responsáveis por coletar e por transmitir recados escritos ou ditados pelos presos com conteúdo criminoso. “Desde a apresentação de traficantes para fornecedores de drogas até a articulação do envio dos entorpecentes, distribuição de tarefas e efetivação de pagamentos. Os destinatários desses bilhetes seriam outros membros da organização, dois destes também já presos na primeira fase e que ficavam encarregados de articularem junto a outros investigados o transporte das drogas”, conta.

A autoridade policial frisa que as prerrogativas dos advogados foram garantidas. “Sem perder de vista outros direitos e bens jurídicos que também estavam em jogo. As condutas, em tese, praticadas pelos advogados são casos isolados e não representam os valores cultivados e difundidos pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), cuja regra é a existência de profissionais extremamente comprometidos com o exercício da advocacia e cientes do relevante papel social que têm na sociedade”, destaca.

Segundo ele, “o nome da operação faz alusão à passagem bíblica do evangelho, segundo Marcos Evangelista, que em seu capítulo 4, versículo 22, afirma que nada há de oculto que não venha a ser revelado, e nada em segredo que não seja trazido a luz do dia”, explica, complementando que a PCMG conseguiu esclarecer um complexo esquema de tráfico de drogas que existia há anos no município de Divino e na região, com ramificações em outros estados.

Investigação

Segundo o delegado, responsável pela força- tarefa formada por policiais das delegacias de Divino e de Fervedouro, com apoio do serviço de inteligência da Delegacia Regional em Muriaé, a investigação teve início há cerca de dez meses e, no decorrer das apurações, dois carregamentos de maconha – totalizando quase meia tonelada da droga – foram apreendidos. Um deles foi localizado pela Polícia paulista, no final de maio, e outro no início de junho deste ano, ocasião em que os policiais que participam da investigação abordaram, entre os municípios de Divino e de Fervedouro, os ocupantes de dois veículos que estariam vindo de São Paulo, transportando no interior de um dos carros quase 140 quilos de maconha. “Estima-se que, somente este ano, a organização criminosa tenha movimentado mais de duas toneladas de drogas”, conclui.

Fonte: Assessoria




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