A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), prendeu o servidor público da Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), Marcelo Azalim, suspeito por desviar medicamentos e equipamentos de saúde, bem como venda irregular destes materiais. Os delegados Armando Avolio, da Regional, Samuel Néri, responsável pela investigação, e Patrícia Miller, da 7ª Delegacia do Centro, e o secretário de Saúde da PJF, Rodrigo Almeida, deram mais detalhes sobre o caso.
As investigações iniciaram há cerca de dois meses, a partir de uma denúncia por parte dos funcionários do órgão, relatando que o servidor agia de forma suspeita. Conforme o Delegado Doutor Samuel Neri, “eles relatam que suspeitavam da forma como estava agindo um servidor de 50 anos, que apesar de não ser uma das suas atribuições, rotineiramente solicitava veículo oficial da Prefeitura de Juiz de Fora para a realização de entregas de materiais oriundos daquela secretaria”.
O Secretário Rodrigo Almeida, deu mais detalhes sobre o caso e conta que a partir do momento em que foi identificado ausência dos materiais, que a Polícia Civil foi acionada:
“Procuramos a Polícia Civil, que está em conversa constante conosco, em virtude do combate à covid, e repassamos nossa suspeita, porque é fundamental o cuidado e a vigilância com o que é público. Ainda mais num momento tão delicado como o que estamos vivendo, onde a saúde de qualidade e o acesso a medicamentos são fundamentais. Agora vamos abrir sindicância para apurar os danos”, relatou Rodrigo.
Conforme o Doutor Armando Avólio Neto, Delegado Regional de Juiz de Fora, enfatizou, “Nós, em contato direto com o Secretário de Saúde, este nos relatou que acreditava estar ocorrendo desvios de medicamentos e materiais oriundos do sistema de saúde. De pronto, eu dei início a esta investigação, solicitando ao Delegado Samuel Neri, que a conduzisse, podendo ser identificado a autoria e modus operandis desta conduta criminosa”.
De acordo com Samuel Neri, os policiais observaram cada passo que o suspeito executava e que o mesmo foi preso em flagrante no momento em que ele entregava cadeiras de rodas numa loja de material cirúrgico, na Rua Braz Bernardino, no Centro. A autoridade policial diz que os funcionários do estabelecimento também foram presos:
“Ele aproveitou que fazia entrega nas unidades de saúde para fazer o desvio de material na rota. Ele pedia para o motorista parar no início da rua e levava pessoalmente o material até à loja, e saia de lá sem nada. Os empresários sabiam que o material era oriundo da Secretaria de Saúde, e afirmaram que faziam permuta. Mas não há evidências e nem provas disso. Apreendemos material na casa do autor, também. E a investigação continua, para ver se outras pessoas estão envolvidas. O importante é que conseguimos tirá-los de circulação e apreender o material. Cessando o desvio de medicamentos, quem ganha é a sociedade”.
O servidor foi exonerado de seu caso e conforme Samuel, ele responderá por peculato, associação criminosa e posse ilegal de munição calibre 38, que foi encontrada durante buscas em sua residência no Bairro Ipiranga (Região Sul) e o autor pode pegar até 20 anos de prisão. Os funcionários do estabelecimento também foram presos e responderão por peculato e associação criminosa. Além disso, um outro envolvido também será investigado.