A nota técnica elaborada pelo grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19, composto por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), indica que o município tem tido crescente aumento do número de casos e mortes confirmadas por Coronavírus. Foram analisados dados até o dia 26 de setembro.
Estão incluídas as notificações de casos suspeitos da doença até o dia 19 do mês passado e de internações por Síndromes Respiratórias Graves (SRAG) até o dia 12 do mesmo mês.
Conforme o levantamento, a média de casos confirmados no município obteve aumento de 41%, até o dia 26, em comparação ao dia 12. A maioria das pessoas infectadas é composta por adultos de 20 a 59 anos (68,5%) e os óbitos confirmados, foram de idosos (79,5% acima de 60 anos).
O grupo de pesquisa observou um crescimento da taxa de letalidade ao longo das últimas cinco semanas, sendo de 3,44% em 26 de setembro (em comparação com 3,34% em 22 de agosto).
Controle da pandemia
Um dos critério utilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que demonstra controle da pandemia é o Número de Reprodução Efetivo (Rt). O órgão diz que os valores devem estar abaixo de 1 persistentemente por pelo menos duas semanas.
Os pesquisadores analisaram o período entre os dias 22 de agosto e 26 de setembro. Conforme os dados, Juiz de Fora registrou um valor máximo de 1,61 no dia 16 de setembro e mínimo de 0,57 no dia 6 do mesmo mês. Além disso, o valor mínimo foi registrado no dia 26 do mesmo mês.
Conforme um dos colaboradores do estudo, Mário Nogueira, “Este indicador esteve acima de 1 em vários dias nas duas últimas semanas, o que, juntamente com o aumento na média móvel dos casos, indica que a epidemia ainda não está controlada na cidade”.
Categorias de vulnerabilidade social
A nota técnica apresenta também as categorias de vulnerabilidade juizforana com base na estimação do Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS). Este quesito é calculado com uma combinação de variáveis socioeconômicas e ambientais como o percentual de domicílios com abastecimento de água inadequado ou ausente; percentual de domicílios com esgotamento sanitário inadequado ou ausente; percentual de domicílios com destino do lixo de forma inadequada ou ausente; razão de moradores por domicílio; percentual de pessoas analfabetas; percentual de domicílios com rendimento per capita até ½ salário mínimo; rendimento nominal mensal médio das pessoas responsáveis e percentual de pessoas pretas, pardas e indígenas.
Em todos os níveis da vulnerabilidade, a maior taxa de novas notificações foi registrada no período de 19 a 25 de julho. Nas últimas semanas, foi observada estabilidade em valores mais altos. Conforme Nogueira:
“A principal diferença foi que os residentes em regiões de baixa e média vulnerabilidade social foram notificados principalmente em unidades hospitalares, enquanto os de regiões de alta vulnerabilidade social nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município” esclarece.
De acordo com a nota, as regiões urbanas de Juiz de Fora com mais de 400 casos suspeitos de Covid-19, pela ordem decrescente, foram Centro, São Mateus, Benfica, Santa Cruz, Progresso, São Pedro e Bandeirantes, com uma concentração maior de casos nas regiões Central e Norte do município.