Projeto discute ancestralidade e desafios da capoeira como patrimônio cultural

O “Dia Municipal da Capoeira” será comemorado em 30 de setembro, mas a Biblioteca Municipal “Murilo Mendes” antecipará o debate sobre essa manifestação cultural para sábado, 26, quando acontecerá a quarta edição virtual do projeto “Redemoinho – Diálogos que Transformam”. O encontro será por meio da plataforma Google Meet, às 16 horas, sendo aberto a todas as pessoas interessadas. É necessário fazer o cadastro prévio no link.

Nesta edição do “Redemoinho”, o objetivo é reunir praticantes, mestres, pesquisadores e simpatizantes para conversarem sobre a ancestralidade e os desafios da capoeira na atualidade. Unindo dança, música e cultura popular, ela é vista como símbolo de resistência, preservando costumes e saberes dos povos escravizados, responsáveis por sua introdução no Brasil. Conforme estudiosos, isso teria acontecido por meio da etnia banto, e há registros de rodas de capoeira no país desde o século 16.

Apesar de ser alvo de preconceito e até mesmo considerada contravenção penal nos anos que sucederam à abolição oficial da escravatura, a tradição se manteve e foi perpetuada de geração a geração. A jornalista Thaís Pifano, uma das produtoras do “Redemoinho”, conta que, em 2008, a “Roda de Capoeira” e o “Ofício de Mestre” foram registrados nos livros “das Formas de Expressão”” e “dos Saberes como Patrimônios Culturais do Brasil”: “No entanto, a prática ainda é marginalizada nos dias de hoje. Em Minas Gerais existe esforço para reunir informações sobre ela, em busca de promover seu fortalecimento”.

O “Mapeamento da Capoeira em Minas Gerais”, publicado, em 2014, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mostra que, dos 853 municípios mineiros, em 546 há prática de capoeira. Em 437 deles existem grupos e/ou mestres ativos, mas em apenas 109 cidades mineiras a capoeira é praticada por meio de contratos com as prefeituras, em programas socioeducacionais, como acontece em Juiz de Fora.

“O esforço tem sido no sentido de atualizar esse levantamento. Precisamos levantar dados e mobilizar o maior número possível de pessoas, para que se amplie o conhecimento sobre a capoeira, expandindo sua prática e consolidação no cenário nacional,” reforçou a jornalista.

Fonte: Assessoria




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