Juiz de Fora apresenta aumento de casos e mortes por Covid-19, segundo boletim da UFJF

O boletim produzido por grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), indica que o município apresenta aumento do número de casos e mortes confirmadas por Coronavírus. A análise abordou o período do dia primeiro até o dia 15 deste mês.

De acordo com o levantamento, no dia 1º deste mês, foram contabilizados 4.873 casos confirmados e 162 óbitos, segundo dados fornecidos pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Já no dia 15, ambos os números evoluíram para 5.371 e 187 respectivamente, representando aumento de 10,2% e 15,4% cada.

Dentro da semana do dia 6 a 12 de setembro, a cidade teve 240 novos casos confirmados (aumento de 18,2% em relação à semana anterior) e 11 registros de vidas perdidas (aumento de 22,2% em relação à semana anterior e terceira semana seguida com aumento). 

Ao elaborar o estudo e também da análise dos números de casos e vidas perdidas ao longo das três últimas semanas epidemiológicas, os pesquisadores chegaram à conclusão de que Juiz de Fora não atende a dois critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Um deles é o Número de Reprodução Efetivo (Rt), o qual indica para quantas pessoas cada infectado transmite a doença. Entre o dia 1º e 15 deste mês, tanto o município quanto a Zona da Mata, o Rt apresentou um valor máximo de 1,39, no dia 15 de setembro, e um valor mínimo no de 0,57, no dia 6 de setembro. Conforme um dos colaboradores do projeto, Marcel Vieira, a doença continua se espalhando pela cidade:

“Valores do Rt acima de 1 indicam que a doença ainda está em expansão no município, indicando que cada pessoa contaminada está transmitindo a doença para mais do que uma outra pessoa em média”.

Vale ressaltar que de acordo com a OMS, para que a pandemia seja avaliada como controlada, os valores do Rt devem estar abaixo de 1 persistentemente por pelo menos duas semanas. Tanto em Juiz de Fora quanto na Zona da Mata esta condição não foi verificada. 

Queda da taxa de isolamento social

A equipe de pesquisadores avaliou também a questão do isolamento social no município. A elaboração do levantamento usou como base, dados do Google Mobility, que permite o estudo do percentual de pessoas estão permanecendo em casa ou se movimentando para os seus locais de trabalho, comércio e áreas de recreação. 

Analisando o período de 3 de janeiro a 6 de fevereiro de 2020, “o boletim estima que, no dia 11 de setembro, houve percentual 10% maior de pessoas ficando em casa em relação ao período pré-pandêmico”. Diante disso, a taxa era 12% maior, até o dia 29 de agosto, o que significa queda da adesão do isolamento social em Juiz de Fora.

Os índices apontam que a ida aos trabalhos obteve queda de 13%, na comparação com o período de referência antes da pandemia. Já as saídas para atividades de recreação agora está 8% abaixo do que eram no período de referência. Entretanto, essa redução era de 23% no final de agosto. 

De acordo com Marcel Vieira, é importante que a população faça o uso de máscaras de proteção, uma vez que o item é de suma importância na prevenção ao Covid-19:

“O isolamento e o distanciamento social, bem como o uso de máscaras, continuam sendo as principais formas de nos prevenirmos e evitarmos o contágio. Os dados de mobilidade social indicam que as pessoas estão se movimentando e saindo mais de casa. Assim, há uma probabilidade de estarem se interagindo mais socialmente com outras pessoas e assim se expondo mais” explica.

Além disso, a nota indica que a queda da adesão ao isolamento social, ocorre paralelamente ao crescimento do número de casos e mortes confirmadas pela doença em Juiz de Fora.




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