A nota técnica produzida pelo Grupo de Modelagem Epidemiológica da Covid-19, composto por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), indica que o município concentra a maioria dos casos confirmados da doença, registrados na Zona da Mata.
O estudo teve como base, as distribuições temporal e espacial dos casos e óbitos confirmados e internações no SUS até o dia 12 deste mês, e também como das taxas de incidência e de mortalidade. Além disso, o relatório explica que a epidemia de Covid-19 está presente em quase todos os municípios da macrorregião de saúde Sudeste (composta pelas microrregiões de Além Paraíba, Carangola, Juiz de Fora, Leopoldina/Cataguases, Lima Duarte, Muriaé, Santos Dumont, São João Nepomuceno/Bicas e Ubá).
Conforme um dos pesquisadores do projeto, Mário Círio Nogueira, as microrregiões que apresentaram maiores taxas de crescimento no período mais recente foram Ubá, Carangola e Santos Dumont, mas que o maior polo neste cenário é Juiz de Fora:
“A maioria dos casos e óbitos continuam ocorrendo nos municípios maiores, que são polos regionais de saúde, como Juiz de Fora, Ubá, Muriaé e outros. A microrregião com maior número de casos e óbitos ainda é Juiz de Fora”.
Índices de hospitalização
Conforme o pesquisador, dentro do período analisado para a elaboração da nota técnica, não foi constatado nenhuma redução no número de internações hospitalares, na macrorregião sudeste:
“As redes regionais de saúde têm funcionado, pois a grande maioria das internações ocorreram dentro da microrregião de residência do paciente, evitando assim grandes deslocamentos”, esclarece.
Diante da questão das internações, desde o dia 5 de abril ao dia 12 deste mês, foram contabilizadas 2.129 internações por Covid-19 no SUS Fácil Minas Gerais na macrorregião Sudeste, de residentes na macrorregião. Conforme o levantamento, aproximadamente 52% dos pacientes internados eram maiores de 60 anos e 52,2% do sexo masculino, 18% dos pacientes morreram durante a internação neste período.
De acordo com a nota técnica, as microrregiões que obtiveram os maiores índices de internação, foram: Juiz de Fora (37,3%), Leopoldina/Cataguases (16,1%) e Muriaé (14,1%).
Além disso, foi constatado também que o município não atende aos critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os quais consideram a pandemia controlada. O órgão explica que é necessário constante declínio no número de hospitalizações por Covid-19, tanto em leitos de enfermaria quanto de UTI por um período de 2 semanas. Entretanto, este quesito não foi observado em Juiz de Fora, que teve aumento de internações por 4 semanas antes de ter pequena diminuição na última semana. Inclusive, a queda de hospitalizações também não foi constatado na macrorregião Sudeste e para a maioria das microrregiões.