Onça-pintada do Museu é destaque no projeto “A Peça da Semana”

O item desta edição do projeto “A Peça da Semana”, selecionado pela equipe do Departamento de Acervo Técnico e Ações Culturais (Datec) do Museu “Mariano Procópio”, diz muito sobre o surgimento da instituição, uma vez que alguns pontos da coleção de história natural deram origem à prática colecionista de seu fundador, Alfredo Ferreira Lage (1865-1944). O próprio colecionador, em entrevista ao “Diário da Noite”, em 1935, afirmou que sua coleção teve início com a aquisição de dois minerais, quando ele tinha oito anos de idade, em viagem à Europa.

A onça pintada – com o nome científico de Panthera onca (Linnaeus, 1758), é o maior felino das Américas e terceiro do mundo. Esse exemplar do acervo do Museu, medindo 2,14 metros, viveu em matas da região de Porto Novo do Cunha, atual Além Paraíba (MG), onde foi caçado, empalhado pelo processo de taxidermia e doado à Alfredo Ferreira Lage. Contudo, não existem registros sobre a data de aquisição do felino.

Devido à alta fragmentação de seus habitats, as onça-pintadas se encontram ameaçadas de extinção, por demarcarem grandes áreas territoriais, cada vez mais restritas, o q ue as obrigam a procurar alimento nas fazendas. De hábitos solitários e noturnos, consomem grande variedade de animais, como porcos-do-mato, capivaras, veados, jacarés, peixes e aves.

A onça pintada ficava exposta na Sala de História Natural do Museu “Mariano Procópio”, denominada “Sala Agassiz”, em homenagem ao naturalista Louis Agassiz (1807-1873), que se especializou em geologia e paleontologia. O felino encantou gerações de crianças que visitavam o espaço com a escola ou a família, sendo um dos itens de grande popularidade no conjunto do acervo do Museu.

Outros animais preservados pelo mesmo processo de taxidermização fazem parte do acervo, como exemplares de bugio, sagui, tamanduá, tatu, lontra , lobo-guará, teiú, jacaré, jiboia, sucuri e pirarucu, entre outros. Por meio da taxidermia se preserva a pele, os ossos e alguns órgãos, mantendo as características físicas do espécime taxidermizado, que pode ser utilizado com fim científico e educativo.

As coleções de história natural eram muito comuns desde o século 17, nos apreciados “gabinetes”, reservados à exposição de animais empalhados, minerais, conchas e itens de botânica. Os colecionadores brasileiros, como Alfredo Ferreira Lage, acompanharam então as tendências internacionais, influenciados pela convivência das viagens e experiências adquiridas, através da aquisição das peças no mercado europeu. Atualmente, o acervo de história natural do Museu se encontra dividido em três categorias museológicas: mineralogia, zoologia e botânica. Algumas imagens da “onça” do museu serão publicadas nas redes socias, facebook (facebook.com/museu.marianoprocopio) e instagram (@museumarianoprocopio).

Fonte: Assessoria




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