Das curiosidades a respeito do imperador do Brasil, Dom Pedro II (1825-1891), encontradas na Biblioteca e Arquivo Histórico do Museu “Mariano Procópio”, destacam-se itens relacionados a uma das características marcantes do monarca: o conhecimento. Preparado para ser líder, chefe de uma nação, sua rotina de estudos, quando criança, era rigorosa. Ao longo de sua vida, ele demonstrava interesse pelo saber em diferentes áreas, e nesta edição do projeto “A Peça da Semana”, é apresentada a “prova” da obra “O Império do Brasil na Exposição Universal de 1873 em Viena d`Áustria”, documento com correções feitas à mão pelo imperador, e a publicação definitiva do livro. Nas redes sociais do Museu serão publicadas imagens das páginas com as anotações, além da edição do exemplar mostrado na exposição.
A cada edição do evento era formada delegação responsável por organizar a participação do país. O engenheiro Mariano Procópio Ferreira Lage (1821-1872) chegou, inclusive, a integrar o grupo brasileiro na Exposição Universal de 1867, em Paris. Entre as atribuições desses representantes estava a tarefa de preparar a publicação de livro, onde a nação era apresentada ao mundo. Ali estavam compiladas informações sobre suas características geográficas, climáticas, aspectos da flora, da fauna, número de associações científicas, literárias e instrução, aparato militar, sistema político, principais periódicos em circulação no território, estatísticas, total de escolas e alfabetização e outros dados.
A comparação do conteúdo dos exemplares permite a verificação de que muitas sugestões de mudanças atribuídas a D. Pedro II foram acatadas e incorporadas à publicação definitiva da obra. A maioria das páginas dessa obra possui correções de diversos tipos, como nomes científicos de plantas, minerais, unidades de medida, estrutura sintática das frases, erros ortográficos e até mesmo comentários acerca da diagramação do texto – como o espaçamento entre as linhas, de modo a tornar a leitura mais agradável.
Na parte interior da capa da primeira versão, está o texto manuscrito à caneta, datado de 1874 e assinado por Antônio Martins Pinheiro, que declara o exemplar como sendo “provas do trabalho elaborado pelo Ministério dos Negócios da Agricultura”. Interessado em deixar para a posteridade comprovação de que as anotações a lápis eram, de fato, de D. Pedro II, o próprio Pinheiro – pelo que se supõe – teria solicitado ao Marquês de Sapucahy (Cândido José de Araújo Viana, 1793-1875), conselheiro de Estado e autoridade próxima ao imperador, para redigir no próprio livro declaração atestando essa veracidade: “Atesto que as correções feitas a lápis são do punho de S. Majestade O Imperador, do que tenho pleno conhecimento. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1874. / Marquês de Sapucahy”.
Fonte: Assessoria