Após quatro meses de queda, serviços crescem 5% em junho

O setor de serviços avançou 5% na passagem de maio para junho e interrompeu uma sequência de taxas negativas dos quatro meses anteriores, quando havia acumulado uma perda de 19,5%. Mesmo com o resultado positivo de junho, o volume de serviços ficou 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, último mês antes da implementação das medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19. Na comparação com junho de 2019, a queda é de 12,1%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nessa quinta-feira (13) pelo IBGE.

Entre os 166 serviços investigados pela pesquisa, o segmento de restaurantes foi um dos que mais influenciaram o índice. “Com as medidas de isolamento, muitos restaurantes estavam fechados, ainda que alguns estivessem funcionando por delivery. Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, eles começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

O pesquisador destaca que a retração sentida pelo setor em fevereiro (-1,1%) foi conjuntural e refletia uma acomodação frente ao comportamento apresentado no fim de 2019. Os efeitos do isolamento social começaram a ser sentidos nos últimos 10 dias de março, quando começaram as paralisações. Entre março e maio, o setor teve uma retração de 18,6%.

Os cinco setores pesquisados acompanharam o resultado positivo do setor de serviços em junho, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com avanço de 6,9% e serviços de informação e comunicação, com crescimento de 3,3%. “É a segunda taxa positiva para o setor de transportes. Tanto ele quanto os serviços prestados às famílias mostraram perdas em março e abril e taxas positivas em maio e junho. Mas o crescimento dos últimos dois meses foi insuficiente para recuperar a perda dos meses anteriores”, analisa Lobo.

Em maio e junho, o setor de transportes acumulou uma alta de 11,9%, enquanto a perda acumulada de março e abril foi de 25,2%. “Entre os segmentos do setor que tiveram crescimento esse mês estão transporte rodoviário de carga, transporte aéreo de passageiros e operação de aeroportos. Com isso, o setor de transporte teve o aumento mais intenso desde junho de 2018”, complementa.

Entre os segmentos que mais influenciaram o aumento dos serviços de informação e comunicação estão desenvolvimento e licenciamento de software e portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet. “O setor de informação e comunicação foi um dos que menos sentiram o impacto da pandemia. Os segmentos mais impactados dentro do setor foram os relacionados ao audiovisual. Mas especialmente a parte de serviços de tecnologia da informação teve apenas uma perda suave nos meses de março e abril e voltou a crescer em junho e sempre operando muito próximo do topo da série histórica”, complementa Lobo.

Apesar do avanço de 5% em junho, o setor de serviços fechou o primeiro semestre de 2020 recuando 8,3%, com queda em quatro das cinco atividades pesquisadas. A pesquisa aponta a influência do fechamento dos estabelecimentos durante o isolamento social na queda do setor de serviços prestados às famílias, que recuou 35,2% no período. A queda foi influenciada principalmente pela retração nas receitas de restaurantes, hotéis, bufê e outros serviços de comida preparada.

São Paulo avança 5,1% em junho frente a maio

O avanço no setor de serviços também foi sentido por 21 das 27 unidades da federação. São Paulo registrou um crescimento de 5,1%, após ter recuado 19,5% entre fevereiro e maio. Rio de Janeiro (3,6%), de Minas Gerais (4,7%), do Rio Grande do Sul (6,6%) e do Distrito Federal (6,6%) também acompanharam o movimento de crescimento. Mato Grosso (-3,2%), Paraná (-1,0%) e Espírito Santo (-3,2%) registraram os principais impactos negativos entre as unidades da federação.

Índice de atividades turísticas cresce 19,8% em junho

Em junho, o índice de atividades turísticas avançou 19,8% em comparação a maio. É a segunda taxa positiva seguida, período em que acumulou crescimento de 28,1%. O segmento de turismo tinha uma perda acumulada entre março e abril de 68,1%, refletindo o impacto das medidas preventivas para combate à pandemia de Covid-19 nas empresas que compõem as atividades do setor. Entre as atividades mais atingidas estão transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis.

Todas as doze unidades da federação observadas nesse indicador apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (19,6%), seguido por Rio de Janeiro (23,7%), Minas Gerais (17,2%), Santa Catarina (26,1%) e Paraná (17,9%).

Fonte: Agência IBGE




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