Bastaram poucos dias de treinamento em Portugal e a contagem regressiva de um ano para os Jogos Olímpicos de Tóquio para os ânimos do Time Brasil se renovarem. Treinando em Portugal desde o último dia 19 de julho, os 72 atletas da delegação voltaram a fazer o que mais gostam e a vislumbrar uma vida mais próxima do normal a partir de agora.
Batizado de Missão Europa, o treinamento de campo no Rio Maior Sports Centre e em outros três municípios portugueses – Cascais, Coimbra e Sangalhos –, que tem duração prevista até dezembro de 2020, faz parte do plano do Comitê Olímpico do Brasil (COB) de retomada das atividades do esporte olímpico nacional.
“Nossa preparação foi interrompida por conta da pandemia, mas ela já vem sendo feita há muito tempo. Não só a preparação para o Japão, mas também a preparação dos atletas. O planejamento do próximo ano é assegurar que essa estrutua que montamos seja mantida, que os atletas sigam em atividade, ver a questão do calendário internacional de competições e buscar a classificação olímpica daquelas modalidades que ainda não conseguiram as vagas. Este é o planejamento fundamental e, a partir de 2021, vamos fazer o ajuste final das operações em Tóquio, a partir do momento que tivermos condições de viajar para lá, finalizando a preparação das nossas bases no Japão”, diz o vice-presidente do COB, Marco La Porta.
Para os atletas, o adiamento dos Jogos Olímpicos trouxe mudanças significativas nas condições de treinamento e nas perspectivas de suas carreiras. Sem saberem quando voltariam a treinar normalmente, o aspecto psicológico precisou ser muito trabalhado, sobretudo no início da pandemia. Agora, no entanto, todos procuram ver o lado positivo desta mudança de datas.
“Começamos o ano já um pouco ansiosas, sentindo essa emoção que seria chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas, quando tudo isso mudou, a contagem regressiva recomeçou e aí surgiu uma nova chance de estarmos realmente melhores e mais preparadas”, diz Luisa Borges, atleta olímpica do nado artístico, que vai tentar classificar o dueto brasileiro no Pré-olímpico, na cidade-sede dos Jogos, em março de 2021.
“Vou confessar que para mim foi muito bom. Tive oito meses parada, passei por uma cirurgia complicada e tive mais tempo para me recuperar e cuidar do meu joelho. Pude descansar bastante”, analisa a ginasta Rebeca Andrade, que, assim como Luisa, participou dos Jogos Rio 2016.
Ainda em sua primeira semana de operação, a Missão Europa já tem atletas de seis modalidades esportivas (boxe, ginástica artística, ginástica rítmica, judô, nado artístico e natação) em ação. Por enquanto, três das quatro bases do Time Brasil estão ocupadas: Rio Maior, Coimbra (judô) e Sangalhos (ginástica artística). Em breve, Cascais receberá os primeiros integrantes da vela.
Fonte: COB