Um estudo feito por grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), indica que a pandemia do Coronavírus no município estaria sob controle, se o isolamento social não tivesse sido flexibilizado. No entanto, a cidade tem tido aumento do número de casos confirmados da doença e conforme nota técnica publicada pelo Programa de Pós-Graduação em Modelagem Computacional (PGMC) prevê mais de 5000 casos acumulados até o final de julho caso estas medidas continuem no nível atual.
Segundo um dos pesquisadores do projeto, Rodrigo Weber, aponta que “Se isolamento social não tivesse sido flexibilizado, teríamos um número total de confirmados abaixo de 2000 casos até o final de julho, a pandemia já estaria sob controle”.
Além disso, a estimativa feita pelos pesquisadores mostra que se as medidas de isolamento social voltarem ao nível observado antes do dia 3 de junho, o cenário muda e seriam previstos 4000 casos até o final de julho. Para Rodrigo, um isolamento social mais eficaz será fundamental para a redução da velocidade de transmissão da doença:
“Um isolamento social mais eficaz beneficiaria a cidade, reduzindo a velocidade de transmissão e antecipando a fase de estabilização, ou mesmo a fase de decaimento do número de infectados. Dessa forma, o isolamento é bom também para a economia, pois trazendo o pico e a estabilidade para mais cedo, podemos começar a reabertura mais rapidamente”.
Estimativa para o final do mês
Segundo os dados da pesquisa, existem três cenários distintos para os próximos 15 dias: a continuação do cenário atual, um cenário otimista e um cenário pessimista. O estudo utilizou os cenários pessimista e otimista, cujas projeções são de mais de 800 mil casos confirmados de Covid-19 no Brasil, 104 mil em Minas Gerais, 4.014 em Juiz de Fora e 105 em São João Del Rei para o dia 28 de julho. O mesmo ocorre para o número de óbitos.
Além disso, a pesquisa indica que uma política de isolamento mais restritiva e eficaz pode salvar dez mil pessoas no Brasil nas próximas duas semanas.
Método utilizado
Ao fazerem análise e comparações das previsões anteriores, os pesquisadores notaram que os valores notificados para infectados, óbitos, internações hospitalares em leitos simples e em leitos de UTI estavam dentro das faixas das previsões ou muito próximos destas, o que dá credibilidade ao método adotado.
Além disso, o grupo de pesquisadores notou queda da taxa de isolamento social no estado de Minas Gerais. A estimativa de 18 de abril sugeria que 60% da população se encontrava isolamento social. A nova aponta para cerca de 48% da população em distanciamento social voluntário.
A nota foi feita em parceira com o departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), pelos pesquisadores Ruy Freitas e Rodrigo Weber (UFJF) e Rafael Sachetto Oliveira e Carolina Ribeiro Xavier (UFSJ).