Devido ao aumento contínuo dos casos confirmados de Covid-19 em Juiz de Fora e nos municípios da macrorregião, o Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 decidiu manter a decisão de que templos e igrejas continuarão impedidos de realizar missas e cultos presenciais com 30 pessoas, podendo utilizar apenas a via virtual. Dentro de 14 dias, haverá uma nova avaliação sobre o assunto. A decisão foi tomada na noite de terça-feira (30), durante videoconferência do comitê, que contou com as participações do presidente do Conselho dos Pastores de Juiz de Fora (Conpas), pastor Charles Marçal, do Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, além do presidente da Assembleia de Deus, pastor Moisés Pereira.
Os representantes foram convidados para a videoconferência com o objetivo de expor os pontos de vista sobre o tema. Dom Gil foi o primeiro a apresentar os argumentos. Segundo o arcebispo, a igreja católica está tendo o máximo de cuidado em atender as autoridades públicas para não colocar os fiéis em risco. “Temos todo interesse em colaborar. Respeitando as normas sanitárias, achamos que 30 pessoas nas celebrações não traria nenhum risco de contaminação, Para participar das celebrações, as pessoas interessadas tinham que fazer inscrição prévia por telefone, quando eles recebiam um número, que é a referência do banco onde ele deve se assentar, respeitando o distanciamento social”, explicou Dom Gil. Na visão do arcebispo, a definição do número de fiéis nas celebrações religiosas deveria se basear no tamanho de cada igreja.
O presidente da Assembleia de Deus afirmou que enxerga as igrejas como “um pronto socorro espiritual” e se disse preocupado com dados como aumento de conflitos familiares por causa do confinamento domiciliar dos últimos meses.
Para o presidente do Conpas, o líder religioso está junto com a comunidade e pode se tornar um braço da administração municipal. “Também somos educadores porque o líder espiritual vai além do altar. Percebo o aumento do alcoolismo, tabagismo, tentativas de suicídio e até sobrepeso das crianças que estão ociosas e expostas em excesso às redes sociais”, enfatizou pastor Charles.
Taxa de incidência e falta de sedativos
Em defesa da não realização de cultos presenciais, o coordenador regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Sudeste, Rodrigo Barros, apresentou dados de incidência da Covid-19 na macrorregião de Juiz de Fora. Segundo o Comitê Extraordinário do Estado, entre os dias 14 e 21 de junho, a taxa de incidência do coronavírus na região era de 27,1 para cada cem mil habitantes. Na semana seguinte, esta taxa passou para 48,9.
O promotor também apresentou outro problema que já atinge quase todas as cidades do Brasil: dificuldade de compra de medicamentos para sedação de pacientes com Covid-19. Várias entidades da área da saúde relatam a redução de estoques e, consequentemente, a falta de sedativos e relaxantes musculares nos hospitais públicos e privados durante a pandemia da Covid-19, tendo em vista o alto consumo e a dificuldade de aquisição desses com fornecedores. “Estamos numa situação de guerra”, afirmou Rodrigo Barros.
Restaurantes poderão funcionar aos sábados
A única mudança aprovada durante a reunião do Comitê foi a volta do funcionamento dos restaurantes aos sábados, das 11h às 15h. No último sábado, 27, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) publicou um decreto com novas restrições para os locais. Os estabelecimentos deveriam funcionar de segunda a sexta-feira, das 11h às 15h, e não poderiam abrir durante o fim de semana. Contudo, após esta nova reunião, os locais estão autorizados a operar de segunda a sábado. Já aos domingos e feriados, os restaurantes poderão funcionar somente por delivery ou entrega no balcão.
A mudança foi apresentada pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/JF), Marcos Casarin. A argumentação é de que profissionais que trabalham aos sábados estavam com dificuldades para realizarem suas refeições.
Juiz de Fora tem quase mil curados de Covid-19
Durante a reunião do Comitê, o prefeito Antônio Almas informou que 979 pessoas em Juiz de Fora já são consideradas curadas, segundo dados revelados pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea) da Secretaria Municipal de Saúde.
Fonte: Assessoria