Comissão de Saúde visita UPAs e identifica que maioria dos atendimentos deveriam estar na saúde primária

As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) se tornaram uma ferramenta importante dentro da saúde pública em todo o Brasil e em Juiz de Fora não seria diferente. Dentro do escopo das atribuições da Comissão Permanente de Saúde Pública, foi feita nessa quarta-feira, 8, uma visita às UPAs Norte, Santa Luzia e São Pedro.

O presidente da Comissão, vereador Dr. Antônio Aguiar (MDB) observou que há uma boa infraestrutura nas unidades, com conforto para o usuário, e que a dificuldade surge na gestão dos atendimentos no município. “Existem problemas de organização do fluxo dentro da saúde. O que nós vimos é que uma boa parte dos pacientes, que deveriam ter um tempo de permanência curto dentro das unidades, de no máximo dois dias, às vezes ficam lá por um longo tempo pela falta do fluxo estabelecido na rede, para que após, essas pessoas sejam transferidas e recebam tratamento especializado”. O vereador observou também a necessidade de auditorias nos hospitais para fiscalizar o cumprimento dos contratos.“Esses hospitais recebem recursos financeiros para cumprirem um papel dentro do sistema.”

A Comissão percebeu que em todas as unidades, mais de 70% dos atendimentos não se enquadram como urgência e emergência, ou seja, são pacientes que deveriam ter seus atendimentos feitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Nesse sentido, o vereador foi informado de que há poucos meses foi criado um grupo de gestão pelos gestores das UBS e das UPAs para discutir possíveis soluções. Por serem as UPAs unidades de emergência, a prioridade na fila é para esses atendimentos, o que causa um tempo maior de espera para os pacientes que não são casos de urgência, gerando desconforto e irritação aos usuários.

Sendo assim, Antônio sugeriu que seja discutida a operação das Unidades Básicas de Saúde para que haja a possibilidade de agregar outras especialidades médicas no atendimento e reajustar o horário de funcionamento das UBS. Lembrando, que na UPA Norte, por exemplo, o maior fluxo se dá depois das 18h, quando as pessoas estão voltando do trabalho e as UBS já estão fechadas.

Por conta da intensificação da dengue, que já era esperada pelo poder público por conta do Levantamento de Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) divulgado em janeiro, a sugestão do vereador é que a Secretaria de Saúde coloque unidades de hidratação nos locais de pronto atendimento. “Sabemos que há custo para o poder público, porém, a instalação dessas unidades melhoraria muito a evolução desses pacientes, mudando o curso da doença, já que o fator complicador da dengue é a desidratação. A abordagem já deve ser feita nas primeiras consultas, com soro na veia.”

Outro ponto discutido foi a questão dos repasses financeiros. O custeio das UPAs é dividido entre os Governos Federal, Estadual e Municipal, porém, apenas a União e o Município têm cumprido sua parte no contrato. De acordo com Marconi Filho, gestor da UPA São Pedro, há 25 meses o governo de Minas não faz os repasses devidos, dificultando que a administração feche as contas. Aguiar salientou, que é obrigação do estado repassar esses recursos e recebeu dos gestores a sugestão de que seja feita uma interlocução com o Governo do Estado para retomar os repasses de agora em diante e depois negociar e quitar as dívidas dos últimos dois anos.

Fonte: CMJF




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