Dia do Fico: acervo do Museu guarda peças do período

Há 197 anos, ante as ordens da Corte Portuguesa exigindo o retorno de Dom Pedro I a Lisboa, e a negativa do príncipe regente, um grupo de voluntários formou um corpo de cavalaria destinado a sua guarda, na passagem histórica que ficou conhecida como o Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822. No acervo do Museu Mariano Procópio encontra-se um capacete que foi utilizado pela cavalaria. A peça pertenceu a Antônio Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti de Albuquerque, Visconde de Albuquerque – político, Ministro e Conselheiro do Império.

A corporação foi denominada Imperial Guarda de Honra e esteve com o príncipe regente por ocasião da Proclamação da Independência, em 7 de setembro do mesmo ano. Em 1º de dezembro, sua criação foi oficializada, sendo extinta em 1831, após a abdicação de D. Pedro I. Por iniciativa de Gustavo Barroso – político e historiador, em 1926, a Guarda volta a existir, atualmente denominada Dragões da Independência.

Outros itens que foram produzidos especialmente no período, a insígnia da Ordem Imperial do Cruzeiro, criada em 1º de dezembro de 1822, criada por D. Pedro I, para comemorar sua aclamação, sagração e coroação, a primeira ordem genuinamente brasileira. E a insígnia da Ordem de D. Pedro I, fundador do Império. Esta peça pertenceu ao Duque de Caxias, agraciado com a Grã-Cruz, criada pelo imperial decreto de 16 de abril de 1826, pelo imperador, para marcar de maneira distinta a época em que foi reconhecida a Independência do Império Brasileiro.

Em exposição na galeria “Maria Amália”, mobiliário com monograma de D. Pedro I (PI), relógios que pertenciam ao Palácio Imperial de São Cristóvão, uma pequena estatueta e busto. Além disso, o acervo guarda peças variadas referentes ao monarca, como as famosas cartas trocadas com a Marquesa de Santos, uma ânfora em porcelana com sua imagem e o brasão imperial, chaves utilizadas por seus serviçais, uma espevitadeira, dentre outros itens.

Dia do Fico

Após abrir os portos do Brasil para as nações amigas em 1808, Dom João VI cria o Banco do Brasil, a Escola de Medicina, a Academia Real Militar e realiza expedições no Rio Amazonas. Contudo, após a derrota de Napoleão, as elites políticas de Lisboa adotaram uma nova constituição. Para não perder o trono, D. João VI volta para Portugal e deixa seu filho D. Pedro como príncipe regente, porém, a corte portuguesa pretendia recolonizar o Brasil e exigiu o retorno imediato do príncipe. A reação dos políticos brasileiros foi entregar ao regente uma lista com aproximadamente oito mil assinaturas solicitando sua permanência no Brasil. A resposta de D. Pedro foi a célebre frase “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”.

A iniciativa marca a adesão do príncipe regente ao Brasil e à causa brasileira, que vai culminar na Independência, em setembro daquele ano. O Dia do Fico, deste modo, é um dos marcos do processo de libertação política do Brasil em relação a Portugal.

Fonte: PJF




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