O medo somado a falta de informação são dois obstáculos para impedir que alguém se torne doador de medula óssea e, com isso, acaba não ajudando outra pessoa que esta na luta contra a leucemia. Para ser um doador é simples, fácil e nada doloroso. Pessoas com idade entre 18 e 55 anos, em bom estado de saúde, sem doenças infecciosas ou incapacitantes, devem ir aohemocentro mais próximo para se cadastrar, preenchendo o formulário de identificação e o termo de consentimento.
Após a decisão de se tornar um doador, será retirada uma amostra de sangue para fazer o exame de histocompatibilidade (HLA), que identificará a característica genética do doador.Em seguida, todos os seus dados são armazenados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e é só esperar o momento da compatibilidade, onde o doador só é acionado quando aparecer um paciente com a medula compatível.
Na espera de um doador compatível está Pedro Altomar, um bebê de 10 meses. Pedro foi diagnosticado com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) aos 8 meses, e segundo o pai da criança, José Geraldo Ferraz Júnior, o diagnóstico aconteceu após uma febre emnovembro de 2018.
Ao longo do tratamento a família descobriu que Pedro precisaria de transfusões de sangue e então lançaram uma campanha para mobilizar a população. “Conseguimos mais de 500 pessoas doando sangue. Além disso, fizemos também para o cadastro de doador de medula porque ele estava precisando e também para ajudar outras pessoas” disse. Desde então a família se mantém esperançosa na busca de encontrar um doador compatível. A chance de encontrar um doadorcompatível sem grau de parentesco é de 1 em 100 mil. “Ele já foi cadastrado e estamos aguardando uma resposta do banco de doadores e temos certeza que vai aparecer alguém. Nós estamos confiantes”, disse.Atualmente, em todo o país, de acordo com oRedome, aproximadamente 850 pessoas estão em busca de um doador compatível.
Pedro ainda precisafazer mais um bloco de quimioterapia, segundo o pai, Pedro já está sem doença nenhuma no sangue.“Mesmo assim ele ainda vai fazer mais um bloco de quimioterapia e logo em seguida estará fazendo o transplante e dentro de quatro meses voltaremos para Juiz de Fora com ele curado”, conta o pai. Conforme o pai, tudo que poderia ser feito em Juiz de Fora já foi feito. “Em Juiz de Fora nós fizemos todo tratamento que era possível fazer e então nós conseguimos a vaga em um hospital de São Paulo”, explica. Esta semana a família chega a São Paulo pela primeira vez na tentativa de dar mais um passo em direção ao bem-estar do menino e realizar o aguardado transplante de medula óssea pediátrico.