Juiz de Fora participou, na última semana, da Reunião Técnica “Exame Posterior a Ação sobre a resposta frente ao recrudescimento da atividade de Febre Amarela em Minas Gerais, Brasil”, promovida pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), em parceria com a Organização Pan Americana de Saúde (Opas).
Em três dias de debates, que aconteceram em Belo Horizonte, foram apresentadas as experiências vividas pelos profissionais do SUS de Minas durante os episódios de surto de febre amarela e apontados os passos a serem dados para melhorar a resposta de cada ente frente a estes eventos. O documento final poderá servir de base para outros estados e países que venham a enfrentar este tipo de ocorrência.
Durante a reunião, foram avaliadas as duas ondas de surto da doença vivenciadas em Minas em 2016/2017 (primeiro ciclo) e 2017/2018 (segundo ciclo) em seis eixos: gestão; imunização; vigilância de casos humanos e epizootias; vigilância laboratorial; assistência hospitalar com avaliação prática do manejo clínico e organização de rede e comunicação de risco. Juiz de Fora esteve representada nos debates sobre gestão e comunicação de risco, junto com representantes das regionais de saúde e de municípios, como Belo Horizonte, Brumadinho, Nova Lima e Mariana, e técnicos do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SP).
A metodologia utilizada na reunião foi criada pela Opas, baseada nas avaliações aplicadas para cenários de desastres naturais e que avaliam as respostas de enfrentamento da saúde pública em ocorrência de surtos. “Este é um trabalho inovador, porque avalia a efetividade de respostas técnicas diante de situações de surtos de doenças transmissíveis. Procura apontar as fragilidades das ações desenvolvidas e propor redirecionamentos para, por exemplo, diminuir o tempo de reação a essas situações e melhorar a capacidade de respostas, com o objetivo de diminuir a mortalidade”, explicou o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES/MG, Rodrigo Said.
Para o subsecretário de Vigilância em Saúde de Juiz de Fora, Rodrigo Almeida, o encontro foi importante para a troca de experiências exitosas e também para os ajustes necessários para o aprendizado. “Este é o momento em que paramos, avaliamos e repensamos algumas ações e reforçamos outras tantas. Juiz de Fora tem uma rede de saúde muito bem constituída, e esta troca de experiência com órgãos internacionais, Ministério e municípios permite o aperfeiçoamento dos processos de trabalho. Tenho certeza que saímos todos mais fortes desta discussão”.
Nos debates sobre comunicação de risco, foram relatadas as frentes de trabalho durante o surto, como criação de “hotsite” especial sobre a febre amarela, assim como edição de boletins epidemiológicos, campanhas nas redes sociais e mídias tradicionais, e o trabalho extra de combate às notícias falsas (“fake news”). Todas as frentes garantindo a divulgação das informações de interesse da população de forma ágil e transparente. Um destaque especial foi dado para a necessidade de a comunicação estar sempre ao lado da gestão, para que as estratégias possam ser rapidamente elaboradas, dando resposta rápida à população, outra prática adotada pelo atual modelo de gestão municipal.