Departamento DST/Aids abre exposição “Isso é sobre luta” nesta segunda-feira

“O HIV não tem cara, não tem raça, não tem classe social”, é comum ver essa frase em depoimentos de soropositivos. Não tão comum é a compreensão dela. A exposição fotográfica “Isso é sobre luta” discute através da arte esse viés. Na próxima segunda-feira, 3, às 18h30, o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) realiza a abertura da mostra ao público, no auditório do Centro de Vigilância em Saúde, localizado na Avenida dos Andradas, 523, Bairro Morro da Glória. O trabalho ficará disponível até a sexta-feira, 7.

A abertura da mostra cultural antecede a mesa de debate que vai abordar o tema “Os discursos da aids na constituição de preconceitos e silenciamentos”, com a presença do psicólogo Frederico Alvim Assis e dos doutores em educação Roney Polato de Castro e Neil Franco Pereira de Almeida. Todos os palestrantes trabalham com discussões relacionadas à sexualidade, preconceito e estigma.

Psicóloga do Serviço de Assistência Especializada (SAE) há 22 anos, Gláucia David, explica que a temática da campanha do “Dezembro Vermelho” deste ano, proposta pelo Departamento, foi escolhida a partir da percepção dos relatos dos usuários do serviço e o grande sofrimento que vivenciam, como o preconceito e a discriminação. “O que venho percebendo na prática, é que muito se avançou em termos de tratamento. Mas ao mesmo tempo, percebemos ideias sobre HIV e aids que nos remetem ao início da epidemia. Existe ainda um enorme silêncio e silenciamento dos usuários acerca dessa questão, que vivem com medo”.

Um paciente do SAE, 34 anos, que preferiu não ser identificado, conta que ao descobrir ser portador do vírus HIV, em 2016, teve em mente a imagem de uma pessoa não teria mais expectativa de vida.“Eu não tinha conhecimento de como era a vida de um soropositivo. A partir do diagnostico voltamos a ideia de que não é possível de ter uma vida saudável”, explica. Ele, que conheceu o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) através de um amigo, explica que ao iniciar o tratamento passou por um processo de orientação, aconselhamento e novos exames. A partir deste momento começou a receber o atendimento da equipe multiprofissional do Departamento.

“Todo diagnóstico traz uma mudança se você deseja continuar vivendo. Não somente com o HIV, pacientes, por exemplo, com hipertensão, precisam de tratamento e novos hábitos para manter uma vida saudável. Depois de passar por um processo de avaliação pessoal eu entendi que era possível continuar trabalhando, estudando e levando a vida como antes, mas seguindo o tratamento e as recomendações da equipe de saúde”, relata o paciente que atualmente auxilia outros assistidos pelo SAE na fase de descoberta.

A exposição “Isso é sobre luta”

Diogo Carvalho, autor das fotos da exposição, mostra através da sua arte uma série de imagens que retrata pessoas de diversos biotipos, raça e estilos, sendo três delas portadoras do vírus HIV, e levanta as questões: Cabe identificar quem são elas? Cabe rotulá-las e estigmatizá-las? Ele levanta a ideia de que as diferenças entre as pessoas se dá pela sua personalidade e não pelo sorotipo.

Fonte: Assessoria




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