Projeto ajuda adolescentes de escolas públicas a entender o sistema prisional e a profissão do Agente Penitenciário

Agentes penitenciários do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (CERESP) desenvolvem um projeto social com objetivo de ampliar o conhecimento sobre o sistema prisional e popularizar a profissão de Agente Penitenciário, esclarecendo as possíveis dúvidas e os mitos relacionados a esse meio.

O projeto idealizado pelos agentes Anderson Baggeto e Fábio Trindade é feito com palestras em escolas públicas para abordar o assunto junto aos adolescentes. De acordo com Trindade, parte da população desconhece a atuação dos Agentes Penitenciários e esse também foi um dos motivos que despertou a ideia dedar início ao projeto. “Vemos vários profissionais indoàs escolas na semana da profissão e não há nada sobre o Agente. Percebemos até mesmo através de pessoas de nossas famílias que muitos não conhecem nosso trabalho e têm uma visão errada de como atuamos, acreditando que somos aquele agente como é mostrado na ficção, aquela pessoa ‘truculenta’. Pesquisamos muito e decidimos levar até às escolas”, explica.

O projeto existe desde agosto deste ano e é desenvolvido com alunos do ensino médio, com idade variando entre 15 e 18 anos. Baggeto explica que a escolha por esse público veio de percepção da quantidade de pessoas nesta idade envolvidas com o crime. “Nós que trabalhamos no Sistema Prisional vemos a quantidade de jovens que tem lá, muito acabam de completar 18 anos e são presos.A nossa ideia é conscientizar esse público mostrando as consequências do envolvimento com drogas e ações ilegais”, explica.

Entre os temas abordados estão assuntos relacionados à profissão em geral, a super lotação nos presídios, funcionamento das prisões locais, qual é o perfil dos detentos, a temática das drogas e outros tópicos. “Uma das perguntas frequentes que recebemos é se temos medo de trabalhar com presos. Alguns perguntam também sobre violência, se usamos sempre da força para lidar com os presos e explicamos que a 90% dos casos conseguimos resolver apenas conversando”, comenta Trindade.Assuntos relacionados a Direitos Humanos também são frequentes durante os encontros. “Quando abordamos a Constituição os alunos ficam maravilhados, muitos não sabem os direitos que possuem. Eles perguntam também sobre como agir diante de situações como roubo ou furto”, disse.

Desde o surgimento do projeto os agentes Baggeto e Trindade já estiveram presentes em 9 escolas da cidade. “Os alunos se interessam bastante, fazem perguntas inteligentes. É um tema que muitos têm contato seja por amigos ou familiares”, disse Trindade. Ao longo da conversa, os agentes buscam mostrar aos alunos e presentes nas palestras que a educação é a melhor escolha para um futuro melhor. “Ao final das palestras nós doamos livros que recebemos de amigos e familiares. Sempre antes de encerrar nós reforçamos que quanto mais educação tivermos, menos pessoas teremos presas”, finaliza Baggeto.




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