Neste mês de outubro, a Casa de Passagem e Acolhimento Bethânia está comemorando seus 10 anos de existência. Com um serviço totalmente gratuito, beneficente e executado por uma equipe de voluntários e de funcionários, seu principal objetivo é levar conforto e acolhimento às pessoas que estão em um momento de vulnerabilidade, em tratamento na área oncológica.

Durante estes dez anos de existência, o local já atendeu mais de 14 mil pacientes e mais de mil hóspedes oriundos de 150 municípios.

A casa

A casa de Passagem e Acolhimento Bethânia foi fundada pelo Padre David José dos Reis, em 2008, que na época era pároco da Igreja do Rosário e Capelão do Hospital Oncológico. Segundo ele, a motivação se deu ao perceber a necessidade de acolher e de ajudar pacientes com câncer, que vinham de outros municípios do interior, sem nenhuma referência de Juiz de Fora, no intuito de buscar tratamento nos hospitais da cidade. Sem terem condições de se manterem na localidade, o Padre abriu as portas da sua casa para ajudá-los. Não satisfeito, em seguida, foi fundada a primeira casa de passagem na cidade, completando dez anos hoje.

Neste mês o local está comemorando 10 anos de existência. Foto: Rafaela Frutuoso

“Nós nos sentimos muito felizes em poder prestar este serviço, que é necessário para essas pessoas que já vivem um sofrimento muito grande por causa da doença. Tentamos ajudá-los a aliviar o cansaço e outras complicações por causa do tratamento, tratando-os sempre de maneira mais humana possível”, pontuou o Padre David.

Dividida em 6 andares, sendo dois para os quartos dos hóspedes, o local capacita 26 pessoas no total. Desde o primeiro espaço, a instituição já teve três endereços de funcionamento. Hoje, ela fica localizada na Rua Santos Dumont, nº 112, Granbery, região central de Juiz de Fora.  

Funcionários/Voluntários

Paulo Roberto Massif e Maria Elizabeth acompanharam toda a trajetória da casa de passagem desde a sua criação. “São dez anos de muita dedicação e eu tenho muito apreço pelas pessoas de Juiz de Fora, que foram acolhedoras conosco”, disse Maria Elizabeth.

O casal Paulo Roberto e Maria Elizabeth acompanhou toda a trajetória da casa de passagem desde a sua criação Foto: Rafaela Frutuoso

O envolvimento em ajudar o próximo surgiu após passarem situações delicadas com a neta, que hoje tem 14 anos. Na época, presenciaram a dificuldade de muitas pessoas em lidar com estes momentos de dor. “Muitas vezes as pessoas sabem de tudo isso, mas nunca passaram por isso. Este momento foi o que nos sensibilizou e, após conversarmos com o padre e descobrir qual era a sua vontade, foi que nos impulsionou a participar desta história”, contou Elizabeth.

Além dos materiais doados pela população, a instituição conta com o apoio de 60 voluntários e 4 funcionários que ajudam diariamente na manutenção do local. Além de serviços básicos, como alimentação e repouso, existem as atividades de lazer, que são realizadas de segunda a sexta-feira, na parte da tarde, sempre com temáticas diferentes.

Bianca Costa, aposentada e voluntária, vai todas as quintas-feiras trabalhar com artesanato com os hóspedes. Para ela, este momento é de diversão. “É uma experiência maravilhosa, nós crescemos como pessoas. Ser voluntário, você aprender a ver a vida por outra perspectiva”, destacou Costa.

A instituição conta com o apoio de 60 voluntários e 4 funcionários que ajudam diariamente na manutenção do local. Foto: Rafaela Frutuoso

Assim como Bianca, Gilberto dos Santos Santana trabalha na casa. O auxiliar de manutenção vê o serviço como forma de prestar o bem ao próximo. “Eu me sinto muito feliz, porque, além do trabalho, eu consigo ajudar as pessoas por fora, sou eu que ajudo a ir para o hospital quando necessário… Então, vai muito além de um serviço”, destacou Santana.

 

Recebendo o apoio

“Este lugar foi uma bênção de Deus em minha vida”. Assim foram as palavras do senhor Hamilton Gomes sobre a Casa de Passagem. Morador da cidade de Barbacena (a 100 km de Juiz de Fora), ele está há mais de 20 dias na casa para terminar seu tratamento.

Depois ser diagnosticado por um câncer, na própria cidade, seus dias têm sido em dedicação aos procedimentos contra a doença. Sem a existência da casa, suas idas e vindas seriam diárias, “tornando o processo muito mais doloroso e cansativo, principalmente por não ter condições de bancar um hotel ou uma pousada e alimentação durante todos os dias da semana”, disse Hamilton.  

Outro destaque foi sobre a recepção que teve dos funcionários e dos voluntários, sendo sempre muito prestativos e colaboradores nestas horas difíceis.

Durante estes dez anos de existência, o lugar já atendeu mais de 14 mil pacientes e mais de mil hóspedes. Foto: Rafaela Frutuoso.

Dentre tantas pessoas que passaram por ali, o Padre David José dos Reis resgatou uma história que o marcou: um homem, vindo de Lavras para fazer o tratamento em Juiz de Fora, pediu ao padre para que fosse enterrado na casa. “Nós não podemos atender o seu pedido, mas eu vejo este episódio como prova do resultado do nosso trabalho realizado há anos com muita ternura. Ele gostou tanto do nosso serviço prestado, que pediu para ser enterrado no local”, recordou o Padre.

Como ajudar?

As pessoas que desejarem ser voluntárias devem entrar em contato diretamente com a instituição para fazerem um cadastro e passarem por uma avaliação.

A instituição também aceita doações de gêneros alimentícios, material de limpeza ou em dinheiro, que podem ser em forma de cheques, carnês, débito automático ou depósito bancário que podem ser feitos na conta: BANCO DO BRASIL (001) – Agência: 0024-8 – Conta corrente: 95.000-9. Mais informações: (32)32132-5268.




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