Especialista orienta pais quanto a uso de tecnologias por filhos

Cada vez mais cedo as crianças estão tendo contato com as tecnologias. Hoje, desde pequenas elas aprendem a manusear dispositivos como celulares e tablets, acessando com facilidade aplicativos de vídeo e jogos. Como é o caso do Arthur, dois anos, filho do jornalista Leonardo Bonoto.

De acordo com o pai, mesmo com pouca idade, o filho já possui domínio de celular. “Ele sabe ligar o celular e identificar qual pasta está armazenado os jogos dele no celular. Também abre o Youtube sozinho para assistir Galinha Pintadinha ou vídeos infantis que ensinam o alfabeto”, relatou.

Bonoto destacou que o filho só brinca no celular acompanhado e não por muito tempo. Além disso, disse que o Arthur também gosta de outras atividades. “Ele gosta muito de quebra cabeça, por isso, já comprei vários. Ele monta tudo direitinho, principalmente o de letras, pois já aprendeu o alfabeto na ordem. Outras atividades que ele gosta são desenho e os jogos de encaixe”, falou o pai. “Se o Arthur estiver no celular e você der para ele um papel e uma caneta, ele larga o celular e começa a desenhar”, acrescentou.

O aconselhável é que crianças muito novas não utilizem estes dispositivos, pois seu corpo ainda está em desenvolvimento. “Pode ser prejudicial para a visão. A luminosidade da tela pode danificar os olhinhos da criança, que ainda está em formação, pois são muitas cores e informações que ela não consegue diferenciar”, esclareceu a psicopedagoga, Geovana Almeida.

Em relação às crianças mais velhas, a especialista ressaltou que o problema é que elas não conseguem diferenciar o jogo da vida real.  “Uma criança entre quatro e seis anos não tem maturidade para entender que o que está se passando no jogo não é vida real. Por isso, é preciso conversar com ele e explicar que é fictício”, afirmou Geovana. “O que a gente tem visto, e é prejudicial, é a reprodução dos jogos em escolas, por exemplo. A gente tem que ter cuidado para que isso no aconteça”, completou.

Além de ser prejudicial ao desenvolvimento interno da criança, o uso exacerbado da tecnologia pode interferir nas relações sociais. “Na escola, ele não consegue socializar porque acostumou a brincar sozinho, com um dispositivo na mão. Chega na escola ou uma festinha de criança e não brinca com as demais ou de carrinho, pois não aprendeu. Além disso, não aprende a dividir porque o que está na tela do celular é só dela”, falou Geovana.

A especialista apontou que o ponto primordial é o diálogo, pois o pai não pode simplesmente proibir o uso. “Na internet, nós sabemos que há jogos violentos que não vão trazer nenhum tipo de aprendizagem para as crianças, porém tem jogos educativos que trabalha a questão do raciocínio e da memória, por exemplo”, disse Geovana. “Também é necessário explicar o motivo, não basta proibir. Explique a razões e lhe sugere outras atividades e brincadeiras com outras crianças”, explicou.

A psicopedagoga deu outras dicas para auxiliar aos pais para incentivar os filhos a passar mais tempo com outras atividades além do celular.

 

CONFIRA ALGUMAS DICAS:

DICA 1: Pai passe mais tempo e brinque com a criança. “Não adianta presenteá-la com vários jogos e não ensiná-la a brincar”, disse.

DICA 2: Rotina. “A criança precisa de uma rotina e é preciso que ela saiba disso. Por exemplo, pela manhã ela irá à aula de natação e depois brincar com os coleguinhas”, orientou.

DICA 3: Diminua o consumo de brinquedos eletrônicos. “Este tipo de brinquedo faz tudo pela criança. Ela não precisa cantar porque o brinquedo canta, não precisa tocar porque o brinquedo toca sozinho. A criança precisa de um brinquedo que a estimule e incentive o desenvolvimento total dela”, ressaltou.

DICA 4: Brinquedos diferenciados. “Não adianta dar para a criança dez jogos iguais. Tenha pelo menos cinco jogos diferentes em casa. Por exemplo, dominó, quebra-cabeça, peças de encaixe, vareta etc”, indicou.

DICA 5: Monte um cantinho dos jogos. “Arrume um local destinado aos jogos, pode ser no quarto da criança. É preciso que volte a ter a infância de antigamente. Hoje, a gente entra no quarto da criança e encontra televisão, vídeo game e brinquedos eletrônicos”, falou.

 

 




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.