Resorts e hotéis-fazendas são opções para aproveitar os próximos feriados

Como estão chegando alguns bons feriados, inclusive o Dia das Crianças, nossa sugestão são resorts onde os pequeninos podem aproveitar a vontade e em segurança e quem sabe já planejar as férias, que também não estão longe.

TAUÁ – Caeté, Minas Gerais – A história da rede começou no terreno às margens da ainda perigosa BR-381, no distrito de Roças Novas, a 65 km de BH. E o que era um hotel-fazenda de médio porte se transformou, em 32 anos, em um resort de 349 quartos, com uma área de lazer a perder de vista. Como o hotel cresceu mais que o previsto no terreno acidentado, o público da terceira idade pode ter algum problema na locomoção. Quanto à garotada, os pais é que se virem para acompanhá-los.

Logo no check-in, enquanto os adultos resolvem a burocracia, os Taualegres (monitores do resort) puxam os pequenos para si, prenunciando momentos de muita diversão. Nessa hora, as crianças são apresentadas ao esquilo Pepito, o mascote da rede. Um mapa ajuda a não se perder pelo hotel, ao menos no primeiro dia. Certo é que os adultos estarão ou no complexo de piscinas ao ar livre ou na piscina térmica ou na moderna academia. Feitas num amplo restaurante com vista panorâmica, as refeições precedem, à noite, um showzinho no bar e animadas disputas na pista de boliche.

Por que é bom para crianças – a diversão no Tauá começa no berço, em um espaço para crianças de até três anos que simula o fundo do mar, com direto a aquários reais. Os mais grandinhos contam com um kids club com brinquedão, um playground ao ar livre e uma casa na árvore. Passeios de pônei são realizados numa fazendinha. Mas o cartão de visitas do lazer é mesmo o Jota City, um espaço voltado para a sustentabilidade e inovações tecnológicas em que as crianças aprendem conceitos sobre o tema de forma divertida – ou seja, brincando bastante.

LE CANTON – Teresópolis, Rio de Janeiro – Em um vistoso vale na Serra Fluminense entre Teresópolis e Nova Friburgo, o complexo hoteleiro do Le Canton remete tanto a uma vila suíça, com construções alpinas e medievais, quanto a um parque temático – inclusive nas dimensões, já que é o maior resort de campo/serra do Rio de Janeiro. O hotel divide-se em três alas.

Sua história começou no Village, considerado o centro do complexo, onde estão recepção, restaurantes, bares, o maior número de quartos, o conjunto de piscinas e um castelo medieval, a ala mais nova de quartos e o Canton Ville, onde fica o Parc Magique – um parque de diversão com roda-gigante, trem fantasma, carrinho bate-bate, jogos de realidade virtual e tudo mais. Ao lado do
Parc Magique, encontra-se uma rampa indoor de boias canadenses (para deslizar na neve) e esquis, simulando uma descida no gelo – há até um teleférico alpino para levar os praticantes ao topo. Hóspedes do Magique fazem as refeições no Village – quem achá-lo muito longe pode recorrer a uma van para ir até lá. A 2 km, a terceira ala é a Fazendinha, que só abre para
hospedagem em determinadas épocas (consulte). Por causa da distância, as refeições são feitas por aqui, embora também haja um traslado para o Village. Por causa da produção de queijos e doces e da área da minifazenda, com cavalos, cabras e galinhas, os hóspedes das outras alas visitam a Fazendinha. O lazer dito tradicional fica no Village, aí incluídas as quadras esportivas e as piscinas, a principal delas com hidro aquecida, duas raias semiolímpicas e toboágua. A única piscina térmica coberta é cobrada e fica dentro do Spa L’Occitane. As outras atrações pagas à parte são a pista de boliche (para quem não está hospedado no Parc Magique) e a pista de boia canadense – essas duas atividades, aliás, abertas a não hóspedes.

O Le Canton em Teresópolis é a opção na serra carioca, que lembra muito um pedaço da Suíça Foto: Divulgação

A dupla radical arvorismo/tirolesa ganha aqui a companhia de skates e um campo para a prática de paintball. Apesar das três alas e das variadas configurações, os quartos têm o mesmo (bom) nível de conforto, com enxoval de primeira linha, equipamentos novos e decoração clean. As três refeições incluídas na diária são feitas em um restaurante central (à exceção da galera do Fazendinha, que come por lá), mas os hóspedes ainda têm como opções de alimentação uma pizzaria, uma cave especializada em fondues e racletes e vários bares que servem de sandubas mais leves a cervejas artesanais.

Por que é bom para crianças – a área de lazer proporciona tantas atividades inusitadas que agrada em cheio desde os bebês até ao adolescente. Para os mais novos, há um espaço com tapete EVA e brinquedos mais lúdicos. Divididas em duas faixas etárias, o restante da garotada corre atrás dos tios da recreação por toda a área do hotel, dedicando um espaço grande para o Parc Magique e a pista de boia canadense.

FAZENDA GAMELA – Cantagalo, Rio de Janeiro – Hotéis para famílias que contentem crianças pequenas é fácil de achar, mas e para os adolescentes? Pois a Fazenda Gamela Eco Resort, na pequena Cantagalo, a 65 km de Nova Friburgo, encontrou a fórmula num mix de atividades radicais e monitoria voltada à interação da galera – há sempre uma baladinha com os hits da vez para fechar a noite. Liderada por uma tirolesa de 1,2 km entre os eucaliptos, a seção de esportes de aventura tem até uma recepção para explicar a dinâmica das atividades. Estão no menu um circuito de tirolesas sobre as árvores, arvorismo, corridas de orientação, um lamacento passeio off Road e uma corrida de balsas pelo lago, onde também fica a tirolesa dos pequeninos. Para eles, aliás, há também uma divertida visita à fazendinha para alimentar cabras e bodes, e um Mini Clube com escorregador conectado à piscina de bolinhas. Quem gosta de cavalgar pode explorar a área de reflorestamento do hotel, embora a atividade mais universal seja o prosaico esquibunda. Em uma lona molhada colocada em cima de um barranco, adultos, jovens e crianças deslizam sem freio e direção, para delírio dos espectadores.

A fazenda Gamela Eco Resort possui uma ampla estrutura de lazer e esporte de aventura. Foto: Divulgação

Quem não quiser fazer atividade alguma e ainda assim perder peso, pode recorrer ao spa e seu bufê de baixas calorias no horário das refeições. Agora, se o visitante não for spasiano, prepara-se para ver estragos na balança. Aos sábados, um bufê de feijoada é montado no restaurante, mas a maioria dos hóspedes fica na piscina, onde circula um churrasco a moda de viola. À noite, para arrematar, são servidas pizzas no jantar. Por que é bom para crianças (e teens) poucos hotéis no Brasil têm uma preocupação tão grande com adolescentes. Fora do lugar-comum, a programação investe em esportes de aventura e muita movimentação pela
área da fazenda. Nas refeições, o bufê montado para crianças não se resume a um ou dois pratos. Pra coroar, à noite sempre rola uma baladinha com os hits da moda.

FAZENDA FLORENÇA – Conservatória, Rio de Janeiro – Durante boa parte do século 19 e início do século 20, o café dominou a economia e a política brasileiras, especialmente no Vale do Paraíba, entre SP e RJ. Os barões do café habitavam as casas grandes das fazendas, que pipocaram na região. O tempo passou, e muitas das propriedades que não caíram em ruínas se tornaram fazendas com algum uso turístico – geralmente um Day use para conhecer a história do lugar e saborear um autêntico café da época, ou um hotel que transporta os hóspedes no tempo. Desse time faz parte a Fazenda Florença, de 1852, localizada a 3 km do centro da musical Conservatória, famosa pelas serestas nas noites de sexta e sábado, Cenário de novelas como A Escrava Isaura e Dona Beija, a casa grande é a moradia do proprietário Paulo Roberto dos Santos, que a mostra apenas em visitas guiadas, exibindo mobília, vestuário e objetos dessa fase transitória do Brasil Império para a República. Depois da aula de história, a hora do recreio: enquanto os adultos relaxam na piscina, jogam tênis na quadra de saibro ou se exercitam na academia, a criançada vai brincar à moda antiga. Sob a supervisão dos monitores, elas correm atrás das galinhas no gramado, vão à fazendinha ver coelhos e avestruzes, brincam de roda, se divertem no playground de madeira e até aprendem a fazer biscoitos.

Para a criançada, o Hotel-fazenda Florença tem inúmeras opções que valorizam o contato com a natureza e com os animais. Foto: Divulgação

As suítes têm um inconfundível estilo colonial por fora, mas internamente tendem ao moderno, com decoração mais clean e camas king-size. Nas refeições, o restaurante D. João se sai muito bem com geleias e bolos caseiros no desjejum, almoço mineiro no fogão a lenha e massas no jantar. Quem tiver pique para uma atividade noturna extra-hotel, pode curtir uma seresta pelas
ruas estreitas do centrinho de Conservatória.

Por que é bom para crianças – os pequenos aprendem sem esforço (e in loco) um capítulo interessante da nossa história, conhecem brincadeiras antigas e fazem diversas atividades ao ar livre, em contraste à vida indoor.

FAZENDA MAZZAROPI – Taubaté, São Paulo – Caso alguém não saiba, o nome do aclamado hotel do Vale do Paraíba vem do ator e cineasta Amácio Mazzaropi, famoso por transportar para as telas o personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato. Na década de 50, ele comprou essa propriedade para construir um estúdio e um hotel para as gravações de seus filmes – foram 33, a maioria produzida no local. Hoje, os antigos estúdios deram lugar a um centro de convenções, e a Casa do Jeca virou a réplica de uma típica casa caipira. Mais que um hotel-fazenda, o Mazzaropi é um hotel da roça. Fundamentais na dinâmica do hotel, os “tios do Mazza” cativam a todos. Eles conclamam os adultos a mexer os esqueletos em atividades esportivas e fazem as crianças andar de um lado para o outro do hotel, movidas por contações de histórias caipiras, ordenha de vaca, oficinas de artes, pescaria no lago e passeios de trem e a cavalo. No meio do hotel, o complexo aquático pode não ser enorme, mas é bem agradável, com toboágua e uma piscina térmica envidraçada. No seco, pais e filhos pedalam juntos o triciclo num divertido rolê pela propriedade, que é plana, arborizada e não muito extensa – dá para percorrê-la inteira. Além das três refeições, um café caipira no fim da tarde forra o estômago com bolo de fubá, bolinho de chuva e outras delícias caseiras. Uma peça de teatro ligada ao folclore geralmente é o último ato da recreação, às 21h30, quando a criançada já está pronta para dormir.

Anexo ao hotel, um interessante museu conta a vida de Mazzaropi e do estúdio, e, na lojinha da recepção, há DVDs, pôsteres e lembranças do cineasta e da fazenda (compre o doce de leite, é fantástico).

Por que é bom para crianças – frequentado eminentemente por famílias urbanas, o contato com o mundo caipira mexe com o imaginário da criançada, que aprende um pouco sobre o universo da roça. Uma animada e numerosa equipe de monitores emenda uma atividade na outra.

 

VILA INGLESA – Campos do Jordão, São Paulo – Inaugurado em 1947, o hotel foi um dos símbolos da elite paulistana que não tinha residência de inverno em Campos. A construção em estilo normando logo virou cartão- postal na saída da Vila Capivari em direção ao Pico do Itapeva. Coroando os anos de glória, o local foi escolhido para ser a concentração do Brasil antes do bi de 62, no Chile – claro que fotos de Pelé decoram o hotel. Decadente nos anos 90, fechado na década seguinte, o Vila Inglesa foi salvo pelo grupo do Hotel Fazenda Mazzaropi, da vizinha Taubaté, que revitalizou e reabriu a hospedagem. E, se a grife Mazzaropi está presente, pode ter certeza de que as crianças terão tratamento especial – mesmo não sendo hotel-fazenda ou resort de campo, mas apenas um hotel de serra. Com o mínimo de intervenção, a construção principal nos remete ao passado. O imponente Bar da Torre, com seu piso de madeira encerado, sua enorme lareira de pedra e a vista deslumbrante continua um cenário imbatível para um drinque. Os quartos também foram pouco mexidos e permanecem pequenos, mas ganharam uma providencial escadinha ao lado da pia para a garotada escovar os dentes. Ao acordar de manhã, abra a janela: é quase certo que esquilos aparecerão para dar seu cordial bom dia.

Entre a portaria e a sede do hotel, é de babar a belíssima piscina térmica envidraçada no gramadão. Ao lado, espreguiçadeiras convidam a um momento de leitura ou contemplação da natureza. Para que os adultos possam relaxar ou dar uma escapada até Campos, os monitores entram em ação com brincadeiras antigas e atividades de sustentabilidade. Quando voltam a se encontrar, pais e filhos se divertem juntos no passeio de bike-triciclo pela propriedade.

Por que é bom para crianças – poucas construções charmosas como essa costumam hospedar crianças. Aqui há boas programações especiais para elas, que incluem noções de sustentabilidade (com visita à horta orgânica e ao minhocário) e brincadeiras mais lúdicas.




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