Dados apresentados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE nessa sexta-feira, 10, mostram que as vendas do comércio varejista brasileiro caíram 0,3% em junho em comparação com o mês anterior. É a segunda queda consecutiva, que já tinha recuado 1,2% em maio.
Segundo o presidente do Sindicomércio de Juiz de Fora, Emerson Beloti, a queda das vendas também se refletiram no município e podem estar relacionadas à Copa do Mundo e as paralisações dos caminhoneiros que aconteceram em maio.“Todos esses fatores, no primeiro semestre, ajudaram no resultado e deixaram a desejar”, contou o presidente.
Com este resultado, o patamar de vendas do comércio varejista ficou 7,7% abaixo do nível recorde do setor, alcançado em outubro de 2014.
Dados sobre o varejo
O volume de vendas do segundo semestre cresceu 1,6%, considerado bem abaixo comparado da alta, que teve 4,3% no primeiro semestre. Os principais setores que ocorreram a queda foram o supermercado, produtos alimentícios, bebidas e fumos (-3,5%), em seguida os combustíveis e lubrificantes com menos 1,9%.
Em 2017, o acúmulo do ano registrou a alta em 4,2%. Neste ano, a alta foi de 2,9% Outro dado importante é o acúmulo em 12 meses, que passou de 3,7% em maio para 3,6 em junho, ficando estável.
De acordo com a pesquisa, os setores que tiveram aumento de venda foram: os eletrodomésticos e móveis com 4,6%, em seguida os materiais para escritórios, informática e comunicação (4,1%). Também cresceram no país artigos de uso pessoal e doméstico (2,6%), tecidos, roupas e calçados (1,7%) e artigos farmacêuticos (0,9%). Já o mercado varejo (carros, motos e peças de matérias de construção) cresceu 2,5% de maio para junho, tendo uma alta de 16% no setor de veículos e 11,6% na construção.
Ainda na pesquisa apresentada pelo IBGE, apesar da queda, o mês de junho em relação ao mesmo mês de junho do ano anterior teve um aumento de 1,5%. O acumulo do ano foi de 2,9% e 3,6% no acumulo de 12 meses. Foi a 15ª taxa positiva seguida, apesar de ser menor que a de maio (2,7%).
Como se recuperar?
De acordo com o presidente do Sindicomércio de Juiz de Fora, a expectativa é que as vendas melhore no final de ano com as compras de Natal. Outro fator importante que ele destaca e aposta como estratégia é os proprietários estimularem seus públicos. “As pessoas devem ser criativas na hora de fazerem a propaganda dos seus produtos, porque muitas das vezes o comerciante não consegue baixar seu preço, mas você tem que se diferenciar no tratamento ao consumidor”, explicou Emerson.
Mas ele ainda alerta que, qualquer empresa em que as vendas não estejam reagindo, o ideal é não contratar. Ele acrescenta dizendo que o comércio só flui, quando a construção civil começa a melhorar, apresentando novas vagas de emprego, resultando, assim, no comércio.
Ao ser questionado sobre o resultado das eleições se poderiam intervir e mudar este cenário, ele afirma que não,mas diz que essa indecisão pode causarcerta apreensão, revertendo no comércio em “precaução”. “Um empresário que iria abrir uma filial, ele aguarda mais um pouco para saber quem vai ser o presidente do país e ver como vai ficar a situação da economia no Brasil”, explicou Beloti.