Há 50 anos, a feira livre da Avenida Brasil se tornou um dos eventos mais tradicionais da cidade. Estima-se que cerca de 15 mil pessoas a frequentam, regularmente, aos domingos. Porém a insegurança vem assolando os feirantes e usuários nos últimos anos, e o que motivou que a Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) realizasse uma audiência pública para tratar o assunto.

Na ocasião, o vereador Marlon Siqueira (MDB), um dos proponentes da discussão, propôs a criação da “Rede de Feirantes Protegidos”. O projeto é baseado na “Rede de Vizinhos Protegidos”, desenvolvido pela Polícia Militar (PM), que visa a segurança comunitária e participativa e já instalada em alguns bairros da cidade. “A ideia surgiu devido a minha participação de redes de segurança de alguns bairros da cidade. Através do WhatsApp, você cria uma interlocução entre os moradores e a polícia, e tem dado certo”, relatou o vereador. “A Rede de Feirantes Protegidos será a interlocução entre os órgãos públicos de segurança e estes trabalhadores. Quando houver um problema eminente, as forças de segurança vão ficar sabendo e poderá agir preventivamente. Ou seja, estaremos usando a tecnologia em prol da segurança”, completou.

O maior problema apontado pelos feirantes, segundo o parlamentar, são os pontos irregulares de venda. “Eles acabam tomando o espaço daquele trabalhador cadastrado pela Prefeitura e que paga pelo local. Além disso, há comercialização de CDs e DVDs piratas e se ouve dizer sobe a venda de drogas e produtos de origem duvidosa. Portanto, não podemos tirar a atenção da segurança nas feiras”, ressaltou Siqueira.

 

REUNIÃO COM A PM

O vereador se reuniu na semana passada com o comandante da 4ª Região de Polícia Militar (4ª RPM), coronel Alexandre Nocelli, e o secretário de Agropecuária e Abastecimento, Bebeto Faria, para tratar da criação da “Rede de Feirantes Protegidos”. “O próximo passo será uma reunião entre o comandante, policiais militares e a Guarda Municipal. Posteriormente, faremos uma grande reunião entre todos, PM, a Secretaria e os feirantes na qual será passado as instruções [para a implementação do projeto]”, disse.

O projeto começaria por encontros educativos, com palestras da polícia de noções de segurança pública para os participantes. Após a conscientização, um grupo fechado com contato dos feirantes é criado no aplicativo de mensagem instantânea, com a presença de policiais. A partir de então, fotos, vídeos e mensagens de atitudes suspeitas podem ser trocadas de forma segura e imediata entre os membros, que são monitorados.

“Vai ser uma inovação, onde os feirantes vão ter uma postura direcionada para a segurança compartilhada. A formatação da rede obedece a uma doutrina da PM e iremos aplicar, em um primeiro momento, um projeto piloto na feira livre da Avenida Brasil. Em seguida, iremos avaliar os resultados para futuramente estender as demais”, afirmou o comandante da 4ª RPM.

Nocelli destacou que a Polícia Militar já atua nas feiras livres, porém a ideia é que os feirantes auxiliem no compartilhamento de informações para potencializar os resultados obtidos nas ações. “A importância maior [do projeto] é aproximação da comunidade com a PM. Nós fazemos parte da comunidade e queremos que ela faça parte da gente também. A segurança pública é dever do Estado, mas direito e responsabilidade de todos”, finalizou.

 

 




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