Operação da PF que apura fraude em licitações na saúde tem desdobramentos em Juiz de Fora

A Operação Ressonância, desencadeada na manhã dessa quarta-feira, 4, pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), prendeu uma empresária do ramo alimentício e de consultoria de Juiz de Fora. A ação conjunta tinha como objetivo desarticular organização criminosa voltada à formação de cartel e à fraude em licitações para o fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares para a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e para o Instituto Nacional de Traumatologia (INTO).

A ação contou com a participação de cerca de 180 agentes federais, para cumprir 13 mandados de prisão preventiva; nove mandados de prisão temporária e 43 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela 7° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e também foi determinada a intimação de um ex-secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

As investigações foram desencadeadas a partir de dados colhidos na Operação Fratura Exposta, deflagrada pela PF em abril de 2017, na qual órgãos de controle como o Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram um cartel de fornecedores que atuou entre os anos de 1996 e 2017 no Into. “Outros dados existentes em inquéritos anteriormente instaurados pela Polícia Federal sobre o assunto, bem como elementos colhidos em processos administrativos do Cade também subsidiam a apuração que indica a atuação de uma grande empresa do ramo de fornecimento de materiais e equipamentos médicos no sentido de manter sob influência a diretoria do INTO”, afirmou em nota a Polícia Federal.

Conforme a PF, o objetivo do grupo era direcionar os vencedores e os valores a serem pagos nos contratos de fornecimento do Instituto. Outras empresas interessadas em participar das licitações precisavam passar a integrar o cartel coordenado por essa grande empresa do ramo para ampliar as chances de sucesso.

Na ação são investigadas 37 empresas e a possibilidade de envolvimento das mesmas em crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Justiça Federal também decretou o bloqueio de bens dos investigados no valor de R$1,2 bilhão.

 

BALANÇO DA OPERAÇÃO

Balanço divulgado pela Polícia Federal (PF) indicou que foram cumpridos 20 dos 22 mandados de prisão decretados e todos os 43 mandados de busca. Os outros dois não foram levados adiante porque os envolvidos se encontram fora do país.

Em Juiz de Fora, foram cumpridos um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão. Na cidade do Rio de Janeiro, por sua vez, foram cumpridos 12 mandados de prisão e 23 mandados de busca e apreensão, enquanto nos municípios fluminense de Rio Bonito e Itaperuna foi cumprido um mandado de busca e apreensão.

Na capital paulista foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão. Na cidade paraibana de Cabedelo e no Distrito Federal foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão.

Durante a ação, foram apreendidos documentos, mídias e pequena quantidade de moeda estrangeira.

 

Com informações da Agência Brasil




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