Com a chegada do outono e do inverno, a incidência de bronquiolite aumenta nos consultórios pediátricos e atendimentos de emergência. A professora de química, Juliana Carvalho, passou por esse problema recentemente com o seu filho mais novo, Tiago.
“Ele era recém-nascido, tinha dez dias. Durante a amamentação, ele ficava com a respiração cansada e no final engasgava e vomitava todo leite. Então, procurei o médico pela primeira vez, não por conta de tosse o catarro, mas sim por ele está regurgitando o leite. O médico olhou o pulmão e não tinha nada, apenas na terceira ida ao atendimento, que outro médico, por meio de uma radiografia, constatou a secreção, que foi aumentando ao longo do dia e no final da noite, ele estava com a respiração obstruída”, relatou a mãe sobre o diagnóstico do filho.
Juliana também contou que a bronquiolite do filho foi atípica e que o menino não teve febre. “Quando ela piorou, o Tiago já estava hospitalizado e a medicação sendo administrada. Ele não ficou muito ruim, não teve febre e apenas ficou encatarrado e com dificuldade para respirar, o principal sintoma”, disse a mãe do bebê. “Em casa, após a alta, precisou ser feito nebulização por sete dias. Além disso, a única orientação do médico é ter cuidados coma higiene pessoal”, acrescentou.
Mas afinal, o que é bronquiolite?
A bronquiolite, inflamação dos bronquíolos (parte final dos brônquios), atinge principalmente os bebês menores de dois anos. De acordo com a pediatra Márcia Mizrahy, nos primeiros anos de vida, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, o que torna as crianças mais suscetíveis ao vírus sincicial respiratório (VSR), o principal causador da doença, pois têm o hábito de levar brinquedos e demais objetos à boca.
“No início, ela parece com uma gripe, caracterizada por coriza, tosse, febre e obstrução nasal. Em alguns casos, as mães podem achar que o filho está tendo uma crise de asma porque ele fica cansado, ofegante. A bronquiolite dura aproximadamente de cinco a sete dias”, esclareceu a especialista sobre os sintomas.
As crianças que integram os grupos de risco, tais como prematuros, cardiopatas e pneumopatas (que têm doença pulmonar), têm mais chances de serem hospitalizadas e evoluir para forma grave. “Para esse grupo recomenda-se o uso da Palivizumabe, medicamento indicado para aumentar a proteção de bebês prematuros contra a infecção pelo vírus”, disse Márcia.
Tratamento
Não existe tratamento para a causa da bronquiolite, é possível realizar apenas tratamentos sintomáticos. “O tratamento é de suporte apenas. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é de uma boa alimentação e hidratação, nebulização e lavar o nariz com soro”, explicou a pediatra.
Previna-se e proteja seu filho
– Conserve as mãos sempre limpas, principalmente, quando for cuidar da criança;
– Quando houver muitas pessoas dividindo o mesmo ambiente, sempre que possível, mantenha-o ventilado;
– Evite o acúmulo de poeira e mofo nos cômodos de convivência dos pequenos;
– Racionalize o uso do umidificador. Durante a noite, a umidade do ar, normalmente, já atinge nível satisfatório, então, neste caso, o umidificador pode contribuir para a proliferação de fungos;
– Mantenha o ambiente arejado;
– Evita o contato de bebês com pessoas gripadas ou com virose