Durante os 11 dias de paralisações dos caminhoneiros, tempo que durou o movimento paredista que deixou o país quase parado e gerou um prejuízo que pode ultrapassar os 75 bilhões de reais, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) desempenhou um papel de suma importância nas ações que acompanharam todo o período.
A Presidência da República criou um Gabinete de Crise, onde os trabalhos foram concentrados nas dependências do Ministério da Defesa. A partir deste momento, a PRF foi orientada pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública (MESP) a não mais divulgar balanços diários do movimento, que abrangiam total de pontos de bloqueio e concentração de grupos de caminhoneiros. As informações foram repassadas para o MESP, que, duas vezes por dia, disponibilizava o balanço para que este fosse repassado à imprensa.
No dia 21 de maio surgiram os primeiros bloqueios e pontos de concentração de veículos de carga em vários pontos do Brasil. Em resposta ao movimento dos profissionais de transporte, a PRF deslocou inúmeras equipes com o objetivo de conter e negociar a liberação das rodovias federais. Mas a paralisação tomou proporções inimagináveis. O governo federal buscou a solução dos motivos do movimento; as pautas propostas pelos caminhoneiros foram diversas. O tempo estendeu-se além do que o próprio governo previu e, até que todas as reivindicações fossem atendidas, a PRF buscou as soluções possíveis, contando com o empenho de todo o seu efetivo.
Com o passar do tempo, a PRF e seus parceiros, com destaque para o Exército Brasileiro, iniciaram uma série de ações resolutivas para conseguir desobstruir as rodovias e, ao mesmo tempo, manter a fluidez do trânsito. O destaque ficou para as escoltas de comboios de caminhões e carretas para os mais diversos destinos.
Este trabalho de escolta foi de fundamental importância devido à série de ameaças que aqueles motoristas que concordaram de imediato com as propostas do governo sofreram. Eles foram impedidos de partir por outros que se mantiveram irredutíveis às promessas da Presidência da República. Os comboios deslocaram-se com a garantia da segurança proporcionada pela PRF e Exército Brasileiro. Vários desses comboios tiveram como destino os principais aeroportos do país, que cancelaram decolagens por falta de querosene de aviação.
Resultados em números – Ao final, foram realizadas 1.861 escoltas; foram escoltados 2.275 veículos e 38,7 milhões de litros de combustíveis; As viaturas da PRF rodaram 71 mil quilômetros realizando escoltas; 71 pessoas foram presas; mais de 350 apoios a usuários foram feitos; as aeronaves da PRF voaram 92 horas em missões de suporte e acompanhamento dos bloqueios e escoltas; 2.521 autos de infração foram extraídos; 112 ações de fiscalização de faixa de domínio da União foram executadas e houve 29 acionamentos dos grupos de ações de choque da PRF.
Fonte: Assessoria / PRF