O presidente Michel Temer anunciou neste domingo, 27, a edição de três medidas provisórias (MPs) como resultado do acordo firmado entre o governo federal com os caminhoneiros visando o fim da greve iniciada na semana passada. Porém, mesmo com o acordo, a categoria continua organizada nas rodovias brasileiras e entraram no oitavo dia de paralisação nessa segunda-feira, 28.

A greve possui um apelo popular, mesmo causando o desabastecimento nas cidades brasileiras e diversos atos em apoio aos caminhoneiros foram realizados, inclusive em Juiz de Fora. Trabalhadores de diversos setores e estudantes se reuniram na Rua Halfeld na tarde dessa segunda-feira, 28, em manifestação em prol dos caminhoneiros, contra o governo Temer e pedindo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse solto.

“Nós damos apoio a esses trabalhadores que estão dias e dias nas estadas esperando que o governo assuma a responsabilidade que não assumiu até hoje”, ressaltou a diretora de Comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute), Yara Aquino. “Diante dos fatos ocorridos nos últimos dias, eu acredito que esse é o momento ideal, por isso, várias entidades estão aqui reunidas, independente da bandeira que esteja erguendo, com um único objetivo: um Brasil melhor”, acrescentou.

Além das pautas citadas, os manifestantes também utilizaram do microfone para explanar sobre os impasses vividos pelas suas respectivas categorias. “Nós também reivindicamos pela volta do pagamento dos salários dos professores no quinto dia útil. Nós ficamos paralisados por quase 40 dias, voltamos sem conquista, e o governo estadual manteve o pagamento atrasado”, disse Yara, relembrando o acerto feito pelo governo no dia 18 de maio.

 

INTERVENÇÃO MILITAR

Enquanto os manifestantes de esquerda se reuniram na Rua Halfeld, em frente ao Banco do Brasil, no Parque Halfeld, esquina com a Avenida Rio Branco, um pequeno grupo de apoiadores da intervenção militar e de direita também realizaram um ato. Apesar de ideais políticos diferentes as duas manifestações tinham um viés em comum: o apoio aos caminhoneiros.

“Nós apoiamos os caminhoneiros, pois eles foram corajosos e iniciaram este movimento [contra o atual governo]”, enfatizou o empresário Alexandre Fonseca de Castro, um dos manifestantes. Ele relatou que o ato foi organizado por um grupo de um aplicativo de mensagens a favor da intervenção militar.

“Queremos a intervenção militar para poder reformular o país, limpar a sujeira e tirar os ‘bandidos’ de lá [Congresso Nacional], pois eles legislam por causa própria”, disse o manifestante. “Quando o Exército estava no poder, tínhamos altos índices de crescimento e éramos comparados a Coreia do Sul. Atualmente, não é possível fazer esta comparação porque, desde a redemocratização do Brasil, apenas a esquerda governou o Brasil, o que nos conduziu a este caos”, esclareceu Alexandre a sua motivação de apoio a intervenção militar.

O manifestante também explicou que o pedido de intervenção militar não quer dizer a volta do regime ditatorial no país. “Só há ditadura se houver golpe, e não é golpe. A intervenção militar é para organizar e a democracia continua do mesmo jeito. A ditadura não é boa para o país, e nem o Exército quer, porque diante do mundo o Brasil ficaria mal visto, com um governo ditatorial”, finalizou.




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