O quarto dia de paralisação nacional dos caminhoneiros, movimento que reivindica a isenção total dos impostos federais que incidem sobre os combustíveis, começou a provocar desabastecimento na cidade, fazendo que as instituições articulem para dar continuidade nos serviços oferecidos à população.

Confira como o ato afetou os diversos setores do município:

 

TRANSPORTE

A Secretaria de Administração e Recursos Humanos, responsável pela frota de veículos leves da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), determinou a utilização de carros da Administração somente em casos urgentes, sobretudo para atendimento aos setores de saúde e educação. O Demlurb vai concentrar todas as suas atividades para priorizar a coleta de lixo domiciliar nos próximos dias. Desta forma, os serviços de capina e roçada ficarão prejudicados a fim de otimizar o uso de combustível. A Secretaria de Obras também está otimizando o combustível restante para cobrir as demandas mais urgentes até o final de semana, em regime de plantão, assim como a Cesama. Na Empav, o serviço tapa-buraco está prejudicado em função de barreira imposta pelos caminhoneiros na saída da usina da empresa.

Quanto ao transporte coletivo, desde a manhã dessa quinta-feira, 24, foi adotado um esquema de redução dos ônibus urbanos em circulação fora dos horários de pico para racionalizar combustível. Nos horários de maior demanda, a frota está completa. A previsão da Settra é que outra avaliação seja feita nesta sexta-feira, 25, junto às empresas.

 

EDUCAÇÃO

Em relação às escolas, a Secretaria de Educação está monitorando a situação e o estoque de gás de cozinha em todas as unidades junto aos diretores, atuando caso a caso. Registros pontuais estão sendo acompanhados pela SE. O fornecimento de merenda está mantido pela Secretaria de Agropecuária e Abastecimento até a próxima quarta-feira, 30. As unidades centro e zona norte do Restaurante Popular mantêm os atendimentos normais, mas podem ter a função prejudicada a partir de segunda-feira, 28, em virtude do desabastecimento de gás, informou a empresa terceirizada que opera os restaurantes.

 

UFJF

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) suspendeu as aulas do período noturno dessa quinta-feira, 24, e dos períodos diurno e noturno de sexta, 25, nos cursos presenciais e a distância, no campus de Juiz de Fora. Em reunião com a presença de estudantes e diretores de unidade, o Conselho Superior (Consu) aprovou a proposta da administração superior.

Por sugestão do diretor do Instituto de Ciências da Vida (ICV), Ângelo Márcio Leite Denadai, caberá à direção do campus avançado a definição de como ficará o funcionamento em Governador Valadares, já que a situação na cidade não é a mesma de Juiz de Fora.

UFJF suspendeu aulas nesta sexta-feira. Foto: Rafaela Frutuoso

As unidades do Restaurante Universitário em Juiz de Fora funcionarão em horário normal nesta sexta e no final de semana com o cardápio readaptado devido ao desabastecimento de gás (opção de dois pães com presunto e mussarela; buffet de salada; proteína de soja e um alimento oleaginoso, além de opções de suco e fruta).

As pró-reitorias e unidades acadêmicas vão trabalhar de acordo com as orientações dos respectivos pró-reitores e diretores.

Até as 12h de domingo, 27, a UFJF divulgará nota sobre como se dará o funcionamento na próxima semana.

Uma reunião do Consu foi convocada para segunda-feira, 28, em caráter extraordinário, para reavaliar a situação.

 

SAÚDE

Na área da saúde, o desabastecimento de combustível pode prejudicar serviços que necessitam de veículos. O transporte emergencial entre hospitais está mantido e deve seguir normalmente até a próxima segunda-feira, 28. O serviço de coleta de exames de sangue só está sendo realizado em casos urgentes. Estão sendo suspensas as cirurgias eletivas até que a situação da distribuição de sangue seja normalizada. A distribuição de remédios também está sendo afetada em virtude do movimento dos caminhoneiros, assim como a lavanderia dos hospitais. O serviço de fiscalização sanitária nos estabelecimentos comerciais foi intensificado para acompanhar a situação de acondicionamento dos alimentos nestes locais, em um trabalho conjunto com o PROCON, que está com fiscais nas ruas e atendendo sob demanda para evitar cobrança abusiva pelos combustíveis e produtos em falta.

O SAMU pontuou dificuldades de manter o serviço em todas as suas bases na região caso o abastecimento não seja restabelecido. Foto: Jéssica Pereira

SAMU

Com a possibilidade de continuação da greve o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é um dos que serão comprometidos.

De acordo com nota do Consórcio Intermunicipal de Saúde para Gerenciamento da Rede de Urgência e Emergência da Macro Sudeste (CISDESTE), “o SAMU poderá ficar substancialmente prejudicado com o prolongamento da paralisação dos caminhoneiros, a partir dessa quinta, situação que poderá comprometer o atendimento ao usuário da saúde pública na macrorregião.” O serviço atende a 94 municípios da região.

O CISDESTE reiterou as dificuldades de manter o serviço em todas as suas bases na região caso o abastecimento não seja restabelecido.

 

HOSPITAL JOÃO PENIDO

No Hospital Regional João Penido (HRJP) a situação é um pouco mais preocupante. Segundo a direção, os reflexos da greve gradativamente se agravarão. Diversos processos importantes retornando de Belo Horizonte, não estão chegando via malote. Eles explicam que todos os fornecedores estão com problemas para chegar até o hospital e assim todos os setores poderão ser afetados, dentre eles, materiais médicos, lavanderia, medicamentos, dentre outros.

Eles reforçam que estarão consumindo os estoques e resolverão pontualmente as situações que se complicarem.

 

HU

O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora encontra-se com seu funcionamento e estoque de materiais sob controle. De acordo com a assessoria de comunicação do hospital, a greve não afetou o hospital, que ainda possui suprimentos e medicamentos suficientes para durar por um determinado período.

Entretanto eles explicam que como o hospital atende a diversas cidades da região e até de outros estados, a greve pode estar afetando a locomoção de alguns pacientes que possuem consulta ou exame agendados.

 

ASCOMCER

A Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora confirmou uma previsão de impactos no funcionamento do hospital, devido os desdobramentos da greve. Por meio de nota eles informaram que “em função dos últimos acontecimentos, a previsão é de impacto sim. Já interrompemos o recolhimento de doações na cidade e o transporte de pacientes para as Casas de Apoio (e vice-versa) também está comprometido. Hoje tivemos carros de prefeituras vizinhas trazendo pacientes, mas não sabemos se na próxima semana vamos recebê-los para atendimento ambulatorial, caso assim continue. Muitas mercadorias (de medicamentos e materiais, inclusive) estão com envio atrasados. Estamos trabalhando com um estoque bem reduzido, que ainda não afetou drasticamente a instituição, mas vai afetar se a situação não for normalizada rapidamente.”

 

HOSPITAL MATERNIDADE THEREZINHA DE JESUS

Por meio de sua assessoria, o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus informou que até o momento não há impactos no funcionamento do hospital, entretanto, todos os setores estão em alerta para necessidades de contingenciamento, caso o movimento se estenda além desta sexta-feira, 25.

 

ACISPES

A Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra (Acispes) também sofreu os impactos da greve. A agência conta com 26 municípios consorciados, de onde recebe cerca de 500 pacientes diariamente para consultas e exames de média complexidade. Com a greve esses pacientes terão seus atendimentos suspensos até regularização da situação dos combustíveis.

Por meio de nota a Acispes explicou que “grande parte do transporte dessas pessoas é feito pelos microônibus da própria Acispes e, em virtude da falta de combustível ocasionada pela greve dos caminhoneiros, o deslocamento dos veículos será impossibilitado a partir desta sexta-feira, 25/05.

Diante desse cenário, os procedimentos serão adiados e, tão logo a situação seja normalizada, os mesmos serão remarcados. É importante ressaltar que, caso os municípios tenham condições, poderão fazer o transporte dos seus pacientes até a Acispes, uma vez que os profissionais estarão disponíveis para atendimento.

Em nova nota lançada pelo Acispes, a agência comunicou que devido à situação indefinida do abastecimento de combustível em Juiz de Fora e região, também seguirá a decisão da Prefeitura de Juiz de Fora, e irá suspender os serviços na próxima segunda-feira (28/05), inclusive para atendimento de pacientes de Juiz de Fora. A medida se faz necessária uma vez que os micro-ônibus que fazem o transporte de pacientes dos 26 municípios consorciados estão sem combustível. Além disso, alguns funcionários já encontram dificuldade para chegar ao trabalho, devido a redução no número de ônibus circulando. Os procedimentos dos pacientes de Juiz de Fora e Região, que estavam agendados para a data em questão, serão compensados, conforme disponibilidade das agendas. Já as coletas de sangue, fezes e urina de pacientes de Juiz de Fora, serão mantidas.

ALBERT SABIN

Por meio de sua assessoria o hospital particular Albert Sabin, informou que todo funcionamento está regular e que há estoques de materiais.

 

MONTE SINAI

Por meio de sua assessoria o hospital particular Monte Sinai informou que até o momento não há impactos no funcionamento do hospital, entretanto, todos os setores estão em alerta para necessidades de contingenciamento, caso o movimento se estenda além desta sexta-feira, 25.

 

SANTA CASA

Por meio de nota a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora informou que “está adotando um plano de contingência por conta do desabastecimento e também pela orientação do Hemominas, suspendendo, então, as cirurgias eletivas, isto é, não emergenciais. Essas medidas foram tomadas para garantir a segurança do paciente aqui internado.”

 

HEMOMINAS

De acordo com a Fundação Hemominas, a greve dos caminhoneiros não tem afetado diretamente o estoque de sangue. Eles destacam, porém, que o estoque encontra-se baixo e devido a isso as cirurgias eletivas estão suspensas temporariamente.

 

SEGURANÇA

Mesmo com a greve dos caminhoneiros gerando impactos em diversas áreas da sociedade, as forças policiais e o Corpo de Bombeiros seguem com os trabalhos normalmente até o momento.

 

POLÍCIA CIVIL

Em nota, a Polícia Civil informou que a corporação possui unidades próprias de abastecimento de combustível, para uso em viaturas. Informou, ainda, que não há desabastecimento nas unidades da PCMG.

 

POLÍCIA MILITAR

A assessoria da Polícia Militar reforçou que há combustível suficiente para as viaturas e que não há nenhum prejuízo nas atividades.

 

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

Os trabalhos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) seguem normalizados também. Entretanto, eles seguem priorizando atendimento a situações de maior emergência a fim de economizar combustível.

 

BOMBEIROS

Segundo assessoria do Corpo de Bombeiros, “por enquanto não há reflexos negativos. O comando orientou abastecer todas as viaturas, já prevendo a falta de combustível nos pontos de abastecimento. As viaturas sairão do quartel somente em caso de ocorrência.”

 

 

 




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