Em Juiz de Fora, mais de 49% dos Microempreendedores Individuais (MEI) são mulheres. Os dados são da Receita Federal e foram divulgados no levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), que aponta crescimento considerável na quantidade de pessoas do sexo feminino que vem atuando como MEI. De acordo com a pesquisa, dos 22.035 MEI formalizados no município até março de 2018, 10.884 eram mulheres e 11.151 homens.
O número é reflexo do que aconteceu no cenário do país nos últimos cinco anos, em que, segundo o Sebrae Minas, a presença das mulheres como protagonistas no empreendedorismo mais que dobrou. Enquanto que em 2013, 1,3 milhões de pessoas do sexo feminino estavam formalizadas, em 2018, são três milhões de MEI. O aumento é de 124% e leva em consideração as informações disponibilizadas no Portal do Empreendedor.
De acordo com a analista do Sebrae Minas, Camila Villela, o crescimento está relacionado a mudança cultural e, principalmente às capacitações que estão sendo disponibilizadas. “A mulher está querendo crescer de uma forma em que ela não seja mais dona de casa. Isso já vem acontecendo há quarenta anos, mas tem se intensificado nos dias de hoje, por conta dos processos de incentivo ao empreendedorismo. É um público que busca profissionalização constante, e o fato delas estarem empreendendo estimula outras mulheres a se tornarem MEI”, explicou.
Os setores de alimentação, vestuário, vendas e acessórios e os serviços de estética são os que as MEI mais investem. “A mulher tem uma tendência maior para gostar dessas áreas. Desde novas, elas aprendem a fazer a própria unha, o cabelo e são estimuladas sobre o mundo da moda. Não que o homem não consiga se sair bem nesse mundo, mas é uma questão de afinidade, o que faz o público feminino investir”, destacou Camila
Entre os programas de incentivo ao empreendedorismo promovidos pelo Sebrae Minas está em curso o de “Desenvolvimento de Mulheres Empreendedoras”, que é composto por oficinas, palestras e consultorias individuais que englobam quatro módulos: Empreendedorismo, Finanças, Marketing Digital, Mercado e uma missão empresarial à Juruaia, cidade mineira considerada pólo do segmento. “Temos outras ações que acontecem durante o ano, voltadas para o público feminino. São capacitações, oficinas, cursos e consultorias”, disse Camila.
SONHO REALIZADO
Janaína Gerheim Quirino sempre trabalhou na área da estética e tinha vontade de ter o próprio negócio, mas faltava coragem. Após concluir a graduação em estética, em 2014, ao lado de uma amiga, que posteriormente virou sua sócia, Natalia de Souza Lima, elas decidiram que era o momento certo. “Já trabalhava na área. Tinha vontade de crescer, mas o local não permitia que eu desenvolvesse minhas habilidades. Foi aí, que, após me formar, decidi que era a hora certa para avançar. Como não tinha experiência sobre como começar, procurei o Sebrae para saber o que tinha que fazer”, contou Janaína.
Além do plano de negócio, que instruiu Janaína na abertura de seu estabelecimento, no Sebrae ela também descobriu que se tornar MEI seria a melhor opção para sua gestão. “Demoramos um pouco para se tornar MEI. Primeiro conheci como montar o negócio e depois veio a parte burocrática. O MEI é o ideal para quem está começando. Os impostos são mais baixos e tem uma série de benefícios. O mais importante é que você está legalizado e não corre riscos”, ressaltou.
Atualmente, outras seis mulheres trabalham no salão de Janaina, que oferece serviços para o embelezamento do olhar. “Quem quiser ser dona do próprio negócio, não pode ter medo de trabalhar. O Sebrae disponibiliza todo suporte para quem quer começar e ensina quem quer empreender”, concluiu.