Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seis municípios mineiros pelos policiais do 4° Departamento de Polícia Civil de Juiz de Fora (4° DEPPC). A ação, que integrou a operação “Luz na Infância 2”, de combate à pornografia infantil,  foi deflagrada nacionalmente no início desta quinta-feira, 17 e resultou na prisão de um homem de 36 anos, na cidade de Viçosa. Em Juiz de Fora, materiais suspeitos foram apreendidos em três bairros.

Um dos alvos foi um indivíduo, de 28 anos, morador do bairro Quintas das Avenidas, zona Nordeste. Em sua residência, a polícia confiscou pen drives, chips, aparelhos celulares, mídias, câmera e um microcomputador. Inicialmente, os peritos não encontraram indícios de conteúdos sexuais envolvendo crianças ou adolescentes nos equipamentos, entretanto, todo o material será auditado novamente, alguns em Juiz de Fora e outros em Belo Horizonte. De acordo com a delegada Ione Barbosa, a análise será concluída dentro de 30 dias. “Foi instaurado um processo de diligência preliminar para verificar a situação e investigar. Vamos aguardar o resultado da perícia para ver se existe algum vídeo ou fotografia, que, de alguma forma, contenha cenas de sexo explícito com crianças ou adolescentes. Caso seja constatado algo ilícito, a ação será transformada em inquérito penal”, afirmou.

O mesmo homem se identificou como empresário do ramo de provedor de internet e teve o seu estabelecimento, localizado no Centro da cidade, vistoriado pelos policiais. “A equipe se deslocou até o local em que o alvo tem um comércio, onde foi encontrada uma central de servidores. O espaço é onde funciona a empresa que comercializa o provedor de internet. Ele não tem muitos clientes aqui, o principal negócio dele acontece em uma cidade vizinha. Nada de ilícito foi encontrado. Mas, de qualquer forma, a polícia vai investigar e se houver indícios, até os clientes dele poderão responder. A investigação deve analisar não só o conteúdo do homem, mas a lista de consumidores para ver se alguém está cometendo o delito”, explicou a delegada Ângela Fellet.

Materiais foram apreendidos em residências de Juiz de Fora. FOTO: Rafaela Frutuoso

Em outra residência no bairro Jóquei Clube, uma Unidade Central de Processamento (CPU) foi apreendida pelos policiais. Segundo a delegada Sheila Oliveira, que ficou a cargo dessa investigação, muita pornografia foi encontrada. Não se sabe ainda se todas elas são de menores de 18 anos. “O alvo era uma senhora, de cerca de 60 anos. Mas, parece que o aparelho pertence aos filhos dela, já que ela não demonstrou capacidade técnica para operar a máquina. Os arquivos encontrados estavam ‘mascarados’, com nomes de empresas, porém, quando os peritos abriram, tinha muita pornografia. Eram bem antigas, aparentemente, as imagens eram de meninas, menores de 18 anos. O título de uma delas fazia referência à ‘menina de 16 anos’, em inglês. Os indivíduos não residem em Juiz de Fora, um mora em São Paulo e outro em Curitiba. Certamente, que tudo será investigado para descobrir o conteúdo e a autoria”, reforçou.

 

HOMEM TINHA MAIS DE 1.600 MÍDIAS PORNOGRÁFICAS EM VIÇOSA 

Além de Juiz de Fora, dois mandados foram cumpridos pela equipe do 4° DEPPC na cidade de Cataguases, três, divididos em Muriaé, Leopoldina e Além Paraíba, onde a PC apreendeu celular, notebook e uma CPU, e em Viçosa, que resultou na prisão de um homem de 36 anos, no Centro do município. Com ele, os policiais localizaram celular, HD externo, câmera fotográfica, cartão de memória, notebook, CPU, 1.689 mídias (entre CDs e DVDs) e outros arquivos.

“O autor foi preso em flagrante, por pedofilia, no artigo 241 – A, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca). Ele possuía muitos vídeos, material pornográfico envolvendo menores em mais de 1.600 arquivos. Não significa que todos têm conteúdo sexual, mas serão periciados. A polícia chegou à conclusão também que ele não só armazenava como produzia e comercializava. Por isso, foi autuado e ficará preso, sem direito à fiança. A pena varia de um a três anos de prisão”, explicou o chefe do 4° DEPPC, Carlos Roberto da Silveira Costa.

 

LUZ NA INFÂNCIA 2 

A operação foi coordenada pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública e ocorreu em 24 estados e no Distrito Federal. Cerca de 2,6 mil policiais civis cumpriram mais de 500 mandados de busca e apreensão dos arquivos. Os alvos foram identificados pela Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, com base em elementos informativos coletados em ambientes virtuais, que apresentavam indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva.

A delegada Ângela Fellet concluiu fazendo um alerta. “Os adolescentes e até mesmo as pessoas maiores de idade precisam tomar cuidado com esse negócio de trocar nudes. Quem armazena o conteúdo, principalmente, pois está cometendo o crime. Os pais, mais do que nunca, precisam estar atentos. Limitar o tempo de uso na internet dos filhos, verificarem o celular e restringir o acesso a determinados sites e redes sociais. O perfil do pedófilo não é bem definido. Ele pode estar em qualquer lugar, na casa da vítima ou no ambiente virtual”, orientou.

 

 

 

 

 

 




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