Alterações e adaptações mal feitas, sem a certificação de um profissional habilitado, geralmente, são as causas dos curtos-circuitos e incêndios dentro das residências. Além da avaliação técnica, é importante que a instalação elétrica siga as normas de segurança estabelecidas pela NBR-5410 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Essa é a principal recomendação do técnico do Sistema Elétrico da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Marco Aurélio da Silva.
“Qualquer tipo de alteração elétrica dentro de uma residência deve ser feita por um profissional qualificado. A fiação do imóvel pode não ser suficiente e a avaliação ajuda a evitar sobrecargas e um possível incêndio”, explica.
Silva adverte para adaptadores com muitos equipamentos ligados ao mesmo tempo, os famosos “Ts” ou “Benjamins”. “É muito comum as pessoas ligarem vários equipamentos eletrônicos ou eletrodomésticos em uma mesma tomada. Ou então, criar as conhecidas “gambiarras”, quando se precisa de mais uma tomada em um cômodo, nisso, são utilizados fios de qualidade inferior, que são emendados de qualquer jeito. Ambas as situações podem ser responsáveis por acidentes”, reforça. “Apesar de trazer certa praticidade, precisa ter cuidado. Não oriento, pois a quantidade de aparelhos ligados ao mesmo tempo na rede pode gerar um superaquecimento e um desastre”, acrescenta.
Outra orientação do especialista é quanto o uso do chuveiro e do ferro elétrico. “Além de ser o grande vilão da residência quando se pensa em consumo de energia, o chuveiro requer fiação adequada. Um dos erros que costumamos cometer usar fios inferiores quando o instalamos. A resistência elétrica do chuveiro é muito forte, ele pode até funcionar por um tempo, mas a fiação inadequada vai se aquecendo e, consequentemente, pode se partir e causar um curto”, diz. “O mesmo é válido para o ferro de passar roupas. Ele demanda uma tomada ‘especial’ para suportar a carga enquanto estiver ligado”, lembra.
Técnico da Cemig adverte sobre o acúmulo de aparelhos ligados na tomada. FOTO: Rafaela Frutuoso
Ainda, de acordo com o técnico da Cemig, o risco de uma sobrecarga sempre vai existir quando se deixa um equipamento ligado na rede elétrica, lembrando que a descarga atmosférica pode ser oriunda da rede, cabos de telefonia ou antenas instaladas nas edificações. “Por exemplo, celular, TV, micro-ondas e outros equipamentos costumam ficar ligados na tomada. Especialmente o primeiro caso (celular), é comum, mesmo depois de carregado, as pessoas manter o carregador na tomada. Além de estarem consumindo energia, no caso de um sinistro, todos os equipamentos podem sofrer danos. O desligamento deles enquanto não estiverem sendo utilizados, trará mais segurança para a instalação e redução na conta no fim do mês”, destaca ele.
Vale lembrar, que, segundo Silva, não existe prazo determinado para realizar manutenção na rede elétrica. “Dependendo da maneira que ela foi construída, de acordo com as normas de segurança, talvez nunca vai precisar de reparos”, concluiu.
MAIS DICAS DE SEGURANÇA DA CEMIG
- Solicitar a um eletricista, periodicamente, uma vistoria nos fios elétricos e no quadro elétrico;
- Local utilizado para a lavagem de veículos deve dispor de luminárias e instalaçõeselétricas herméticas, para a água não penetrar;
- Não fazer instalações improvisadas ou “gatilhos”. Chamar sempre um eletricista;
- Não utilizar “plug tipo T (benjamim);
- Evitar passar fios elétricos sob carpetes ou tapetes;
- As tomadas elétricas situadas no piso de áreas administrativas devem possuir caixa protetora que evite a entrada de água ou objetos estranhos, estando ou não o plugue inserido;
- Não mexer na parte interna da tomada, seja com os dedos ou objetos, principalmente metálicos;
- Antes de realizar manutenção em instalações ou equipamentos elétricos, assegurar que os mesmos estão desligados e permaneçam assim durante todo o período de manutenção;
- Os serviços de manutenção e reparos em instalações elétricas deverão ser realizados por profissional qualificado;
- Não guardar quaisquer objetos ou materiais dentro de quadros ou armários elétricos.