A primeira fase da seletiva nacional de atletismo paralímpico terminou neste sábado, 12.06, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, com a presença de recordistas mundiais em suas classes e índices batidos para os Jogos de Tóquio 2020. Agora, todos aguardam o final da seletiva e a homologação dos resultados para que o Comitê Paralímpico Brasileiro confirme quem vai ao evento na capital japonesa.
Ao todo, 63 velocistas participaram das disputas na primeira semana de seletivas, que tiveram objetivo de definir os atletas que vão compor a Seleção. No total, a modalidade conta com 54 vagas. Destas, 13 estão ocupadas pelos campeões mundiais de Dubai 2019.
A segunda fase da seletiva será nos dias 15, 17 e 19, e contará com as provas de lançamentos de disco e dardo, arremesso de peso e saltos em distância e altura, além das provas de meio e fundo de 1.500m e 5.000m. No total, 59 atletas vão participar.
“A ideia e o conceito do evento era proporcionar aos atletas a oportunidade de mostrar o trabalho depois de tanto tempo sem poder competir. Foi muito positivo. Alguns atletas já tinham os índices, antes mesmo da pandemia, mas queríamos de toda forma propiciar para que outros atletas pudessem buscar os resultados. Na semana que vem teremos saltadores, lançadores e fundistas. Separamos os atletas por questões de segurança, o protocolo é rígido. Por isso precisamos aguardar um pouco mais para divulgar os atletas que representarão o Brasil nos Jogos de Tóquio”, afirmou o diretor técnico adjunto do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Jonas Freire.
Pelos critérios estabelecidos pelo CPB, que também atua como confederação da modalidade, além dos campeões mundiais de 2019, os atletas que tiverem índice A 2020 do atletismo em competições oficialmente homologadas entre 30 de agosto de 2019 e 19 de junho de 2021, também estarão aptos a compor a Seleção.
Seis atletas das provas de pista (velocidade) do atletismo já tinham o índice A antes da seletiva: Vitor Antônio de Jesus (T37), Alex Pires (T46), Thomaz Ruan (T47), Washington Assis (T47), Viviane Ferreira (T12), e Christian Gabriel (T37). Agora, Fábio Bordignon (T35) e Ricardo Gomes (T37) se juntaram a esse grupo.
Fábio Bordignon correu os 100m na última quarta-feira, 9.06, em 12s40, e foi centésimos mais rápido do que a marca de 12s46 colocada como critério para a classe. O tempo também lhe rendeu o novo recorde das Américas e brasileiro, que era de 12s57, cravada pelo próprio atleta.
O também fluminense Ricardo Mendonça, da classe T37, conquistou na sexta, 11.06, o índice nos 200m com o tempo de 23s02. A marca exigida para a classe voltada para atletas com sequelas físico-motora devido a lesão encefálica era 23s31. O paulista Christian Gabriel, também da T37, correu os 100m abaixo da marca – fez 11s29 ante os 11s34 –, mas já tinha o índice A nos 200m.
Nas provas deste sábado, 12, o gaúcho Aser Mateus quebrou o recorde brasileiro nos 100m da classe T36 ao correr a prova em 12s38 e superar os 12s53 de Rodrigo Parreira da Silva, cravados em 2016.
Presenças ilustres
O evento contou com a presença do atleta paralímpico mais rápido do mundo, o paraibano Petrúcio Ferreira, que quase repetiu a marca do próprio recorde na prova dos 100m pela classe T47 (amputados de braço) na abertura da seletiva.
Em uma das séries da prova dos 100m, o velocista completou a distância em 10s45, três centésimos mais lentos que os 10s42 que registrou na semifinal dos 100m da classe T47 no Mundial de Atletismo em Dubai 2019. Desde então, o seu recorde mundial não foi batido.
Neste sábado, 12.06, Petrúcio voltou à pista do CT Paralímpico para correr novamente os 100m e fez 10s53, ainda mais rápido do que o índice da sua classe (10s69).
Já Vinicius Rodrigues, bronze nos 100m da classe T63 (para amputados de perna) no Mundial de Atletismo Dubai 2019 e recordista mundial na mesma prova com o tempo de 11s95, ficou a dois centésimos do seu índice – fez 12s26 ante os 12s24 exigidos.
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)